A ditadura das agências de notícias
Já lhe aconteceu ler um artigo num determinado jornal e depois encontrar o mesmo artigo, praticamente com as mesmas palavras, num outro jornal?
Pois é, é que a maoiria das notícias provêem, não dos jornais que lê ou dos canais de televisão que vê, mas sim das agências de notícias. Estas fornecem as informações como um qualquer grossista alimentar uma mercearia.
Existem cerca de 120 dessas agência em todo o mundo, mas só umas 30 têem algum relevo, e mesmo assim, apenas 3 fornecem praticamente toda a informação que lemos ou vemos todos os dias.
A maior é a Associated Press, fundada em 1848 no Estados Unidos. Fornece informações para mais de 1 700 jornais e mais de 5 000 estações de rádioe e televisão.
A segunda, a Reuters inglesa, foi criada em 1851, foi recentemente (2008) adquirida pela Thompson do Canada, para formar a Thompson Reuters com sede em New York. Fornece 1/3 das informações financeiras mundiais, sendo outro 1/3 da Bloomberg. A sua facturação é de 12 000 000 000 Dólares. O seu antigo proprietário, Kenneth Thompson, falecido em 2006, detinha através da Thompson Corporation, 131 jornais americanos, 60 britânicos e 54 canadianos.
Por fim, a terceira agência de notícias mais poderosa a nível mundial é a France-Presse, fundada em 1944 em França com 40% de capital estatal, tem uma facturação anual de 300 000 000 Euros.
Informação e manipulação.
São estes grandes grupos financeiros que controlam a informação a nível mundial. Através de notícias favoráveis ou de escandalos, criam e destroem politicos, nos quais julgamos votar com base em informações que achamos imparciais.
Espalham medos como a recente gripe suína, movida por grandes grupos económicos, nos quais algumas também são accionistas.
Informe-se sobre a estrutura accionista da sua televisão, rádio ou jornal preferido. Pode vir a ter algumas surpresas. Por exemplo, em França, muita gente lê o jornal "Libération", tido como um jornal de esquerda. Tem como princípal accionista Édouard de Rothschild. TF1 grupo Bouygues...
"O importante não é o conteúdo da mensagem, mas sim a maneira como é transmitido". Marshall McLuhan.
Os "media" fornecem notícias que vão formar a opinião pública e silenciar as que não lhes interessam. As pessoas são assim formatadas para aceitar um certo conformismo através da uniformização.
Certas ideias são assim aceites como verdades incontestáveis de tanta vezes repetidas. O caso do buraco de ozono é uma delas. O aquecimento global, que diáriamente enche os noticiários, também. Como dizia Jacques Ellul, "O excesso de informação, sobre um determinado assunto, aumenta a vulnerabilidade dos indivíduos à propaganda e às ideias em voga".
Os "media" funcionam como uma droga que pode ser anestesiante, como os numerosos programas televisivos de concursos, divertimentos e telenovelas estupidificantes.
Também preparam o público a aceitar, por exemplo, a videovigilância, e por extensão a vigilância "tout court", através de programas como o "Big Brother".
Francisco Pinto Balsemão: o homem mais poderoso de Portugal.
Em Portugal, a situação do monopólio da informação não é muito diferente da do resto do mundo.
A nossa modesta agência de notícias, a Lusa-Agência de notícias de Portugal SA, apesar do principal accionista ser o estado (50%), tem como presidente do conselho de administração, Afonso Camões que também é administrador da Controlinveste Media SGPS. Este grupo detém por sua vez 23% da Lusa e possui entre outros a TSF, SportTV, Lusomundo, DN, 24 Horas, e o Jogo.
A Impresa Jornais SGPS, de Francisco Pinto Balsemão, por sua vez, tem 22% da Lusa. Este grupo detém, entre outros, a SIC, o Expresso, TV mais, Visão, Exame, Caras, AutoSport, ...
É o maior grupo de "media" português. Não é por acaso que desde 1988, Balsemão é membro permanente do Clube de Bilderberg, o unico membro permanente em Portugal. Este clube reúne-se todos os anos num local apenas revelado uma semana antes aos seus participantes e consta dos principais decisores financeiros, industriais e políticos mundiais. O conteúdo destas reuniões é secreto. Os próximos artigos serão dedicados ao Clube Bilderberg que irá ter a sua reunião anual em breve, fins de Maio ou princípio de Junho.
O que sobra da impressa livre? Por enquanto, além de raras excepções, apenas a Internet ainda escapa ao monopólio das grandes empresas de "media".
No entanto através dos centros de controle da Internet nos USA, é possível fechar um "site" ou um "blog". O bloqueio de IP por parte de alguns governos é outra forma de suprimir a informação.
Sendo a Internet um mercado cada vez mais apetecível, não faltará muito para que o seu controle esteja nas mãos dos grandes grupos económicos. Aliás, já exitem projectos de controle deste tipo, por parte dos governos Americano e Europeu, em nome do terrorismo. Para nossa protecção é claro!
Durante o seu descurso de despedida, o editor do "New York Times" refere:
"A imprensa livre não existe. Vocês, caros amigos, sabem-no bem, eu também o sei. Nenhum de nós seria capaz de dar a sua opinião pessoal abertamente. Somos as marionetes que saltam e dançam quando nos puxam os fios. O nosso saber, as nossas capacidades e a nossa vida, pertencem-lhes. Somos as ferramentas e os lacaios das grandes potências financeiras que estão por trás de nós. Não somos outra coisa senão uns prostitutos intelectuais."