Conspiração
A Páscoa: o simbolismo escondido
Então? Páscoa já passou? Acabaram as festas? Páscoa, 25 de Abril (em, Portugal: no Brasil o dia 25 é só o dia antes do 26), em breve teremos o 1º de Maio e a Festa da Mãe.
A Festa da Mãe! Por acaso, agora não interessa. Passo atrás: Páscoa. Vamos falar dela. Porquê? Porque sim.
A Páscoa é uma "festa" estranha, aparentemente menos sentida do que o Natal: o que é um paradoxo porque, do ponto de vista religioso, o alegado nascimento de Cristo tem um valor relativo, enquanto a Ressurreição é a pedra angular sobre a qual se apoia todo o Cristianismo.
Sem uma Ressurreição, Cristo teria sido apenas mais um profeta (na melhor das hipóteses).
Mas vamos espreitar Wikipedia acerca da Páscoa:
Páscoa ou Domingo da Ressurreição é um festival e um feriado que celebra a ressurreição de Jesus ocorrida três dias depois da sua crucificação no Calvário, conforme o relato do Novo Testamento. É a principal celebração do ano litúrgico cristão e também a mais antiga e importante festa cristã. A data da Páscoa determina todas as demais datas das festas móveis cristãs, com exceção às relacionadas ao Advento. O domingo de Páscoa marca o ápice da Paixão de Cristo e é precedido pela Quaresma, um período de quarenta dias de jejum, orações e penitências.
A seguir, toda a descrição da Páscoa no mundo e na História, mais uma frase interessante:
A Páscoa cristã está ligada à Páscoa judaica pela data e também por muitos dos seus simbolismos centrais.
Abrimos a relativa página da Páscoa hebraica e encontramos:
Pessach (do hebraico פסח, ou passagem) é a "Páscoa judaica", também conhecida como "Festa da Libertação", e celebra a fuga dos hebreus da escravidão no Egito em 14 de Nisan no ano aproximado de 1280 a.C.
Os hebraicos fugiram do Egipto num Nisan? E era Moisés que conduzia? Bom, mas isso agora não interessa. O que interessa é que seguindo Wikipedia chegamos à conclusão que a nossa Páscoa tem algo a ver com o Pessach, a Páscoa hebraica, nomeadamente no que diz respeito às datas e aos símbolos. Tudo, portanto, parece ter nascido aí, da fuga no Nisan; sucessivamente, Cristo foi crucificado e ressuscitou na mesma altura (olha a combinação), pelo que os apóstolos, no primeiro século, começaram a comemorar este evento.
Mas esta é apenas uma parte da história. E é a parte errada: na verdade, a Páscoa cristã é muito mais antiga do que isso. E nem era uma festividade cristã.
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A estrela de 8 pontas |
O arquétipo da morte do filho (o Sol) numa cruz (a constelação do Cruzeiro do Sul), tal como a sua
ressurreição que anula os poderes das trevas, é um mito que se perde nas espirais do tempo.
Mesmo antes da celebração ter sido adoptada pelo povo judeu, muitos mitos religiosos contavam com o evento da ressurreição, como no caso da religião egípcia do deus Horus e do Sol Invictus, associado ao deus persa Mitra.
Também a Pessach hebraica é mais antiga e remonta ao tempo em que Cush, bisneto de Noé, se casou com uma mulher chamada Semiramis. Eles tiveram um filho, ao qual deram o nome de Nimrod. Após a morte do pai, Nimrod casou com a sua própria mãe e tornou-se governante.
A Bíblia fala de Nimrod em Génesis 10:8-10. O povo considerava Nimrod um deus e Semiramis, a sua esposa e mãe, tornou-se a Rainha poderosa da antiga Babilónia. Foi a partir deles que se desenvolveu a religião dos mistérios de Babilónia.
Nimrod foi assassinado por causa da sua violência e iniquidade, o seu corpo foi rasgado em pedaços e espalhado nos cantos mais remotos do reino e na altura, a sua esposa-mãe disse ao povo de Babilónia que Ninrod tinha subido ao sol, e que a partir daí o nome dele era Baal. Já na altura o povo acreditava em tudo e Semiramis conseguiu criar uma religião, da qual ela era a divindade (com o defunto Nimrod, óbvio, agora transformado em Baal).
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O ovo |
Semiramis alegou ter sido concebida "perfeitamente": segundo ela, a deusa Lua, durante a ovulação, tinha-a enviado para a Terra num ovo gigante que pousou no rio Eufrates, no primeiro Domingo após a lua cheia do equinócio de Primavera. Olhem para a altura do ano, olhem para o ovo: exacto, encontrámos a origem do ovo de Páscoa.
Semiramis tornou-se conhecida como Ishtar: interessante realçar como esta palavra esteja parecida com o moderno inglês
Easter (Páscoa), por sua vez derivado do proto-alemão
Ēostre, a deusa da manhã.
Semiramis escolheu como símbolos da fertilidade um ovo (óbvio) e um coelho (o coelho pascoal...), enquanto na iconografia era representada com uma estrela de 8 pontas. Porque 8 pontas? Porque o planeta Vénus, com o qual Ishtar tinha uma forte ligação (como
Ēostre, a deusa da manhã), desenvolve as suas fases num ciclo de 8 anos, facto já conhecido pelos astrónomos/astrólogos da Antiguidade. E não é um mero acaso o facto da iconografia cristã representar a Virgem Maria com uma estrela de 8 pontas.
Pouco depois de ter fundado a nova religião, Semiramis-Ishtar ficou grávida e disse que tinham sido os raios do deus Baal (Nimrod) a engravida-la. Pessoalmente tenho algumas dúvidas, mas dado que por aqui acreditamos num grávida virgem, não é o caso de ironizar.
O novo filho foi chamado Tammuz e reverenciado como o descendente do deus-sol Baal. Uma vez adulto, durante uma viagem de caça, Tammuz foi morto por um javali, que de facto é uma espécie de porco mais enervado. A Rainha Ishtar, portanto, alegou que Tammuz tinha regressado ao pai, Baal, e a partir daquele dia o povo (que acreditou também nesta) começou a adorar tanto Baal quanto o filho dele, Tammuz. Esqueçam o javali: mas o resto da história não faz lembrar algo?
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A cruz Tau |
Ishtar explicou também que quando Tammuz foi morto pelo porco enervado, algumas gotas do seu sangue caíram no tronco duma palmeira e que isso tinha desenvolvido uma nova planta durante uma única noite. Tudo isso tornou a palmeira sagrada (Domingo de Ramos).
Ishtar proclamou também um luto de 40 dias, para ser repetido a cada ano antes do aniversário da morte de Tammuz. Durante este tempo, não era permitido o consumo de nenhuma carne (Quaresma) e os fieis eram convidados a meditar sobre os mistérios sagrados e marcar-se com o Tau, a cruz de Tammuz.
As festas pascoais pagãs incluíam orgias (prática que infelizmente foi perdida), eram celebradas com grandes libações, consumo de doces, enquanto no templo de Ishtar as mulheres ofereciam-se a todos, sendo que os homens deixavam em troca algum dinheiro (e aqui vê- se o facto desta ser uma religião primitiva e ultrapassada).
Crianças eram sacrificados em honra dos deuses e o sangue delas era consumido pelos adoradores.
As orgias tinham como consequência a concepção de novas crianças e, acrescentando nove meses, eis que os nascimentos ocorriam perto do 25 de Dezembro, o dia em que Tammuz tinha sido morto para renascer na forma de deus-sol. Muitas das crianças nascidas por volta deste período eram por sua vez sacrificadas nas comemorações do ano seguinte (eis uma das primeiras formas de reciclagem).
É mais do que óbvio que estes rituais penetraram profundamente no Cristianismo. O simbolismo da morte de Tammuz na Sexta-feira, seguido da sua ressurreição no Domingo, são muito mais do que uma coincidência.
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Um coelho muito sério |
No livro As Duas Babilónias, Alexander Hislop (ministro da Igreja da Escócia, que viveu no século XIX) afirma:
O sistema babilónico era baseado no fato do Sol - ou Baal - ser o único Deus. Quando Tammuz começou a ser adorado como um deus encarnado, isso significou que Tammuz era a encarnação do Sol [do qual era também o filho, ndt].
Conectada ao culto de Tammuz havia a Quaresma, os preliminares 40 dias de grande comemoração da morte e ressurreição de Tammuz, celebrada por choro e riso de alegria. Tais práticas foram observadas na Palestina e na Assíria em Junho (chamado de "mês de Tammuz"'); foram observadas no Egipto em meados de Maio e no Reino Unido em Abril. Para conciliar essas práticas pagãs com o cristianismo, Roma, prosseguindo a sua política, adoptou uma série de medidas para assegurar que as festas cristãs e as pagãs se fundissem e, com um ajuste complicado mas hábil do calendário, fez que esta tradição, como tantas outras, confluísse no cristianismo.
The New Catholic Encyclopedia:
Uma vez que a maioria dos primeiros cristãos eram judeus convertidos, é compreensível que a morte e a ressurreição de Cristo no calendário cristão tivesse que acontecer nos dias que coincidiam com o principal feriado judaico, ou seja a Páscoa, celebrada no dia 14 do mês de Nisan, que é a primeira lua cheia após o equinócio da Primavera.
O historiador Eusébio, da época de Constantino, escreveu:
Quando foi colocada a questão da festa sagrada da Páscoa, foi universalmente aceite que fosse útil fazê-la coincidir com uma recorrência bonita e desejável, através da qual receber a esperança da imortalidade.
De facto, é interessante realçar como em lado nenhum do Novo Testamento haja indicações para celebrar a Páscoa cristã. Não faltam referências à Páscoa judaica, mas nada acerca do resto.
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Ishtar-Anat-Astarte: a mesma deusa |
Então, o que fazem todos aqueles símbolos estranhos que nada têm a ver com a Ressurreição de Cristo? Os quarenta dias da Quaresma, os ovos, os coelhos? Resposta: nada. Até a pomba tem um significado muito mais antigo e pouco tranquilizador.
A pomba (sem o ramo de oliveira livre no bico) não é um símbolo de paz (ou do Espírito Santo ), como geralmente é acreditado, mas é também um símbolo da deusa Ishtar, Juno, Minerva, Afrodite, Vénus, Isis, Anat, Astarte, Tanit.
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Tanit |
Enquanto as primeiras são bem conhecidas (e atenção: apesar dos nomes mudarem com o passar das épocas, a deusa é sempre a mesma, a originária Ishtar), o discurso muda em relação às últimas.
Anat, por exemplo, aparece como esposa, às vezes irmã de Baal; esposa de El e esposa de Jahvé. Anat é uma guerreira feroz, selvagem e furiosa em batalha, que luta rodeada de sangue enquanto corta as mãos dos inimigos.
Discurso parecido com Astarte, associada ao sexo e à guerra.
Depois Tanit, virgem deusa da guerra, símbolo de fertilidade, que em Cartago pedia o sacrifício de crianças.
A Sexta-feira Santa? Na verdade, Cristo foi crucificado numa Quinta, talvez até numa Quarta-feira. Mas Tammuz tinha morrido numa Sexta-feira, para ressuscitar no seguinte Domingo.
Diz Jesus (Marco 7:6-8):
Este povo honra-me com os lábios,Mas o seu coração está longe de mim;
Em vão, porém, me honram,Ensinando doutrinas que são mandamentos de homens.
Porque, deixando o mandamento de Deus, retendes a tradição dos homens; como o lavar dos jarros e dos copos; e fazeis muitas outras coisas semelhantes a estas.
Marcos 7:6-8
Este povo honra-me com os lábios,Mas o seu coração está longe de mim;
Em vão, porém, me honram,Ensinando doutrinas que são mandamentos de homens.
Porque, deixando o mandamento de Deus, retendes a tradição dos homens; como o lavar dos jarros e dos copos; e fazeis muitas outras coisas semelhantes a estas.
Marcos 7:6-8
Este povo me honra com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. Em vão me adoram; os seus ensinamentos não passam de regras ensinadas por homens. Vocês negligenciam os mandamentos de Deus e se apegam às tradições dos homens.
Pois.
Ipse dixit.
Fontes: o link mais importante é Wikibooks: The Origin of Easter que, todavia, teve que ser verificado várias vezes pois algumas coisas pareciam não bater certos (e na verdade batiam, era só ignorância minha). Por isso: várias páginas de Wikipedia (versão inglesa e italiana), Biblia Online, Alexander Hislop: The Two Babylons, Eusebius Caesariensis - De vita Imperatoris Constantini (ficheiro Pdf, Latim). Não consegui verificar a citação da The New Catholic Encyclopedia: todavia decidi deixa-la pois, mesmo que esteja errada enquanto citação, o sentido bem resume a ideia que transmite o artigo geral.
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