Para tentar entender o que se passou, vamos tentar reunir algumas das provas e as informações fundamentais que foram verificadas. Na verdade, algumas das coisas que foram ditas são reais e outras muito menos.
Imediatamente após o acidente, Andrei Yevseienkov, porta-voz do governo regional de Smolensk, disse que "O avião da presidência da Polónia, um Tupolev 154, caiu devido à má visibilidade, na sua quarta tentativa de aterrar quando havia muito nevoeiro". O problema é que menos de uma hora antes do acidente, outro avião pousou em segurança, e que o Tupolev presidencial nunca fez quatro tentativas de aterragem, mas apenas uma, antes do acidente, isto foi confirmado por várias testemunhas.
Além disso, o avião caiu quando voava a baixa altitude, rente às arvores, como se o piloto pensa-se que se encontrava a uma altitude bastante mais alta.
Smolensk é um aeroporto militar, mas permite voos civis. Este aeroporto não possui equipamento para aterrar com nevoeiro, é a torre de controle que dá as ordens oralmente. Duas soluções estão disponíveis para os controladores russos: oralmente aterra com segurança as aeronaves ou desvia o avião para o aeroporto mais próximo.
Foi comunicado ao avião presidencial para desviar para Minsk, Moscovo ou até para voltar para Varsóvia. Mas em qualquer dos casos, nunca o aeroporto de Smolensk foi encerrado.
Acusar o piloto parece o mais fácil. Mas o piloto era experiente e conhecia a pista Smolensk pois tinha lá aterrado ao levar o primeiro-ministro Donald Tusk no dia 7 de Abril deste ano, para a comemoração oficial do massacre de Katyn (nessa altura, o presidente Kaczynski não tinha sido convidado). Além disso, é difícil imaginar que um piloto inexperiente possa pilotar um avião presidencial na Polónia ou em qualquer outro pais.
Então o que aconteceu? Quando um avião descola, para um destino conhecido, é informado das condições meteorológicas do aeroporto de chegada. Portanto ao descolar, o avião presidencial, não se iria deparar com nenhum problema, nem houve qualquer problema uma hora antes quando um outro avião Tupolev polaco aterrou.
O inquérito vai ser difícil. A neblina não era muito espessa perto do chão, em contrapartida, em altitude pode ser diferente. A aeronave passou de voo em IFR para VFR, o que significa passou do voo sem visibilade guiada pela torre de controle, para o controle visual feito pelo piloto em aterragem manual. Dadas as circunstâncias da queda, é muito possível que orientações erradas tenham chegado ao piloto.
Se as caixas negras forem analisadas objectivamente por uma comissão mista e independente, a verdade será conhecida em breve. Caso contrário, o segredo permanecerá na torre de controle do aeroporto de Smolensk e as dúvidas vão persistir para sempre.