Conspiração
As condições de Hamas: sangue e morangos
O Hamas (em árabe: حماس,lit. 'Zelo' ou 'Entusiasmo) é uma organização da Palestina, de orientação sunita, que, como explica Wikipedia, inclui uma entidade filantrópica, um partido político e um braço armado.
É o mais importante movimento fundamentalista islâmico da Palestina.
O Hamas é considerado como organização terrorista pelo Canadá, União Europeia, Japão, Estados Unidos e, obviamente, israel. Austrália e Reino Unido consideram organização terrorista apenas o braço militar da organização, enquanto outros países, como a África do Sul, a Rússia, a Noruega e o Brasil não consideram o Hamas como organização terrorista.
Estas últimas são posições políticas, pois na verdade uma parte da Hamas (as Brigadas Izz ad-Din al-Qassamfaz) utiliza a táctica terrorista e isso não pode ser posto em causa.
Mas vamos momentaneamente pôr de lado (sem todavia esquece-la) a questão terrorismo para observar quais as "pretensões" de Hamas. Isso é importante, pois são ao mesmo tempo os mesmos pedidos partilhados pela grande maioria de todo o povo da Palestina.
Por isso: Hamas é fundamentalista, imprudente, não reconhece israel, dispara contra civis, esconde munições nas escolas e nos hospitais, não faz nada para proteger o povo de Gaza, e mais ainda. Mas o que quer Hamas? Quais são estes pedidos, tão absurdos ao ponto que israel nem considera a possibilidade de aceita-los?
Hamas e a Jihad Islâmica apresentam algumas condições que, se atendidas, poderia provocar um imediato cessar-fogo da duração de dez anos.
A primeira condição é a seguinte: Hamas e a Jihad exigem a liberdade para Gaza.
Pode haver um pedido mais compreensível e legítimo?
Mais:
- retirada do exército israelita
- autorização para os agricultores trabalharem as suas terras até o muro de segurança
- libertação de todos os prisioneiros
- fim do cerco e abertura das fronteiras
- abertura de um porto e de um aeroporto sob administração da ONU
- expansão da zona dedicada à actividade da pesca
- supervisão internacional da fronteira de Rafah
- compromisso por parte de Israel de manter um cessar-fogo de dez anos e fecho do espaço aéreo de Gaza aos aviões militares de israel
- concessão de licenças aos moradores de Gaza para visitar Jerusalém e rezar na mesquita Al Aqsa
- compromisso por parte de Israel para não interferir com as decisões políticas internas da Palestina
- criação de um governo de unidade nacional
- abertura da zona industrial em Gaza.
Estas são condições civis, mais uma vez legítimas e compreensíveis.
Perante as quais, israel responde com a violência, com os massacres.
Que israel não esteja interessada a uma resolução pacífica do conflito é claro. O isolamento de líder palestiniano moderado Mahmūd Abbās é um claro sinal de que Tel Avive procura a violência para aniquilar a Palestina.
Hamas está longe de ser uma organização de santos: o terrorismo tem que ser condenado, sempre, independentemente da cor. Mas propõe uma saída, sem pretensões absurdas: em alguns casos, representam o mínimo para que um povo possa sobreviver.
Como escreve no diário israelita Haaretz o jornalista Gideon Levy:
Em Gaza - e, em menor medida, também em Israel - é derramada uma quantidade terrível de sangue. Este sangue é derramado em vão. Hamas é martelado e humilhado por Israel e pelo Egipto. A única solução possível está na direcção exactamente oposta à que Israel segue.
Um porto para que os óptimos morangos da Palestina possam encontrar compradores.
Tel Avive não está interessada nos morangos: quer sangue.
Ipse dixit.
Fonte: Wikipedia, Haaretz.
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