Conspiração
Aumentar salários não é política, é uma urgência
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Contrariamente ao que diz António Borges, que "diminuir salários não é uma política, é uma urgência", ele que ganha 225 mil euros por ano do FMI livres de impostos, é urgente, sim, aumentar os salários.
Os salários reias têm diminuído.
Para receber "ajuda" financeira, pede-se aos países que dela necessitam, entre outras medidas, uma redução salarial para aumentar a competitividade. E efectivamente os salários têm vindo a baixar, mas sem que se vislumbre qualquer resultado macro-económico.
Nos quatro países da zona euro em dificuldade, a diminuição dos salários aumentou os lucros das empresas, mas não teve qualquer resultado positivo na competitividade ou no investimento. Essa baixa salarial teve, pelo contrário, como efeito, a diminuição da procura interna por parte das famílias já de si sujeitas a medidas fiscais de extremo rigor.
Constatamos que, os países com a taxa de desemprego mais alta são os que têm um custo de produção horária mais baixa. Este paradoxo demonstra, em parte, o erro que constitui manter uma política de baixos salários que é em parte responsável pelo abrandamento do crescimento.
Aumentar os salário, não só representa uma medida para sustentar a procura interna, mas também melhora a produtividade. Já dizia Joseph Stiglitz, prémio Nobel em 2001, há várias décadas: "o aumento dos salários leva a que quem dele beneficia aumente a produtividade, e portanto, a produz mais".
A teoria da existência de uma maior eficácia com salários elevados, torna-se ainda mais gritante quando sabemos que estes países nunca poderão competir com países asiáticos, onde a pratica de baixos salários existe a um nível impossível de colocar em prática nos países europeus.
A produtividade tem aumentado.
A produtividade aumentou, nos últimos dez anos, duas vezes mais do que os salários. O que estamos a fazer, na nossa sociedade é, substituir os salários pelas mais valias obtida pelas empresas e assim, estamos a transformar-la numa sociedade unicamente baseada no capital real ou virtual.
Querem-nos fazer crer que a mundialização condena os países ricos a uma baixa dos salários, ora, a concorrência não é depende unicamente dos salários, muitos outros factores entram em jogo, tais como o nível de educação ou o sistema jurídico. Basta referir que os países que praticam salários elevados são os mais desenvolvidos.
Estamos a assistir à liquidação da classe média, esmagada entre uma classe rica, que tem beneficiado com a crise, e uma classe pobre, subsidiodependente.
No contexto actual, é possível aumentar os salários, sobretudo os mais baixos, sem aumentar o custo do trabalho, diminuindo, por exemplo, a carga tributária das empresas.
Outra medida importante seria, aumentar a taxa sobre as mais-valias em operações de bolsa.
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