A nossa é uma época de austeridade, mas nem todos são afectados pelas dificuldades da mesma maneira.
Para alguns, a crise não existe, pelo contrário, é uma oportunidade de expandir-se, enquanto para outros é um golpe mortal. Aplica-se às pessoas e às nações.
Estas últimas dirigem os recursos nas áreas essenciais para o estratégico
bellum omnium contra omnes (
a guerra de todos contra todos) da feliz era multipolar, apesar das respectivas economias ficarem perto da paragem cardíaca.
Eis explicado, portanto, porque o sector militar sente menos do que os outros as dificuldades dos recursos público: mais armas e menos manteiga parece ser os ditames da nova época.
E eis finalmente a boa notícia: depois de tanta espera, a proposta da Lockheed Martin foi aceite. Uma futurista aeronave de combate com cozinha, microondas e banheiro
Na verdade, os militares ficaram um pouco desconfiados: é uma guerra, não um jantar de gala. Portanto, algo foi sacrificado em nome da sobriedade: a cozinha de 300.000 Dólares foi apagada do projecto, mas a casa de banho pareceu bastante razoável e ficou (afinal são apenas 600.000 Dólares).
Nada de churrasco, mas no novo bombardeiro de longo alcance,
Long Range Bomber Strike, que tomará o lugar do antigo B-52 e B- 1, as necessidades fisiológicas poderão ser satisfeitas.
Com 55 biliões de Dólares, o projecto será definitivamente aprovado. Mas não um cêntimos a mais, porque os vales-comida não param de aumentar. E a partir de agora até 2023, o orçamento do Pentágono terá de descer alguns biliões de Dólares. Não é barato, mas temos que ser honestos: 55 biliões de Dólares para uma arma que promete fritar os inimigos como se fossem formigas debaixo duma lupa, até nem é tão caro. E afinal os EUA podem sempre contar com uma despesa militar de 682 biliões, nada menos de que 40% do total mundial.
De momento, nada de certo se sabe acerca das dotações do novo "Diabo Voador": sabemos que haverá uma casa de banho, mas é provável que haja outras armas. Só que a maioria das informações é
top secret, uma pena.
O único facto bem conhecido é que a aeronave foi projectada para intervir nas partes mais distantes do
mundo, principalmente na Ásia, onde a China está a reforçar os seus investimentos militares para emergir como uma potência regional, ameaçando fechar os aliados tradicionais de Washington (o Japão e Coreia do Sul).
Pequim é um perigo real para os Estados Unidos, bem como a Rússia é uma ameaça na Eurásia. Não por acaso, nos antigos Países satélites de Moscovo que aderiram à UE (Polónia e Roménia), continua a implantação de mísseis balísticos que tanto fazem irritar o Kremlin.
A Casa Branca afirmou que é uma medida defensiva para interceptar possíveis ataques do Irão, mas o facto de rir durante a declaração não ajudou muito a credibilidade da mesma. E os russos, que não têm sentido de humor, ameaçam agora apontar os seus Iskander directamente para a cabeça das pessoas cujos governos estão a apoiar as provocações dos EUA. Os Países ex-Pacto de Varsóvia têm medo de cair nas garras do hegemónico Putin, apesar de ser parte da gloriosa União Europeia. Da qual, evidentemente, não confiam muito, pois serão sim mais pobres mas não totalmente estúpidos.
Entre avião anti-chineses e mísseis anti-russos, os EUA estão dando um claro contributo activo para um mundo melhor. Normal: têm um presidente Nobel da Paz.
Em no meio de tudo isso, o que faz a Europa? Adere a uma ordem mundial em desintegração e irrita-se com a Alemanha, que quer enterrar a União Europeia. As várias capitais europeias erram de forma flagrante: recusam não romper com os EUA em favor duma nova mentalidade, ficam agarrados aos grandes dominadores em declínio.
Como afirmado recentemente por uma agente dos serviços secretos europeus:
A Alemanha sempre foi o maior parceiro económico e financeiro da Rússia na Europa. As ligações perigosas pelos interesses americanos percorrem a Alemanha. Através de Schroeder antes e da Merkel hoje, Moscovo investe na Europa para contrapor-se aos Estados Unidos.
E contra cérebros assim, não há muito para fazer.
Bom fim-de-semana para todos.
Ipse dixit.
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