O recente encontro entre o Dalai Lama e Barack Obama irritou os chineses. Não sendo própriamente um exemplo de democracia, a China não deixa de ter alguma razão.
Os Estados Unidos através dos média (que controlam) apresentam o líder espiritual tibetano como um defensor da paz, simpático e bonacheirão. O que nunca é dito é que o Dalai Lama foi sempre pago pela CIA para destabilizar a China.
O Tibet: um paraíso do feudalismo.
Os defensores do lamaismo descrevem esta religião como fazendo parte integrante da cultura do Tibet. Na realidade, o budismo foi introduzido por volta de 650. O primeiro rei do Tibet, Srong-btsan-sgam-po, foi casado com princesas tibetanas mas tambem chinesas. Da introdução do budismo, que se misturou às crenças animistas, resultou uma nova religião: o lamaismo. Esta foi imposta à força. O rei Trisong Detsen chegou mesmo a decretar que: quem aponte dedo a um monge deverá ter o dedo cortado, quem disser mal de um monge ou do lamaismo deverá ter os lábios cortados, e quem olhar irreverentemente para um monge terá os olhos arrancados.
Pouco a pouco os mosteiros foram construidos. A China apoio os reis tebetanos no poder e mais tarde os Dalai ("oceano") Lama. Não tendo os monges descendência, os Dalai Lamas inventaram que era possível descobrir num recém nascido a reencarnação do Dalai Lama, e quando este falece-se, a criança já adulta tomava o seu lugar e governava o Tibet.
Os mosteiros eram riquissimos e donos de inúmeros terrenos trabalhados por uma população miserável. Antes do exílio do Dali Lama, 626 pessoas possuiam 93% das terras. Dessas 333 encabeçavam um mosteiro. Como vemos, estamos longe da imagem idílica da vida tibetana transmitida pelos média.
A invasão chinesa e a "fuga" do Dalai Lama.
Em 1949, os comunistas chegam ao poder na China. Esta propõe ao Dalai Lama a anexação do Tibet à China e a manutenção da classe tibetana dirigente, assim como o regime feudal vingente. Esse tratado foi assinado no dia 26 de outubro de 1951.
Entretanto, a China constrói os únicos hospitais do Tibet e instala uma rede de saneamento basico de água e de electricidade. Constrói igualmente uma rede de escolas para o povo, sendo que as existente até então eram reservadas aos monges.
Em plena guerra fria, os Estados Unidos através da CIA, começam o apoio militar e financeiro afim de promover a revolta tibetana contra os comunistas chineses.
Muita gente está convencida que a fuga do Dalai Lama do Tibet se deu com a invasão chinesa, mas já tinham passado 9 anos quando esta se realizou. A fuga do Dalai Lama e seu exílio na India, descritos no ocidente como um acontecimento heróico, foi, sabemos agora, organizado pela CIA para transformar o Dalai Lama num símbolo da luta contra o comunismo.
Com o fim da guerra fria, os Estados Unidos passaram a usar o Dalai Lama para negociar com o governo chinês a sua descentralização económica. Para aumentar a sua credibilidade, até lhe deram em 1989 o prémio Nobel da paz.
Com a desclassificação de alguns documentos da CIA, ficámos a saber que entre 1959 e 1972, o Dalai Lama recebeu pessoalmente 180 000 Dólares da CIA, tendo a sua rede mundial recebido no mesmo período 1,7 milhões de Dólares por ano.