Escravos modernos - Parte I
Conspiração

Escravos modernos - Parte I


Qual a nossa condição?

Em muitas página da internet é possível encontrar o termo "escravos", algo utilizado neste blog também. Mas nem todos concordam. Pelo contrário: a ideia geral é que mais o Homem teve tanta liberdade como agora.

Doutro lado: podemos pegar no carro, num avião, e visitar todos os Países do mundo; com o comando somos nós que decidimos qual canal televisivo ver; podemos escolher entre muitos diários e revistas, de várias tendências; livros não faltam; e temos direitos, muitos direitos, o principal dos quais é o direito ao voto, com o qual escolhemos os nossos governantes.

Definitivamente: não é um panorama que possa ser definido facilmente "de escravidão".
Ou talvez sim.

A história do mundo é, essencialmente, a história dos servos e dos senhores, como também observou o filósofo Hegel. Basicamente, ter 1.000.000 de Euros significa, directa e indirectamente, ter criados: neste aspecto, pouco mudou desde os tempos antigos, como explica também Hugo Salinas Price, o bilionário mexicano (agora economista e filósofo).

Aconselho ler Salinas: pode enervar (e enerva!) mas tem o mérito de ser realista, não finge ser este outra coisa senão um sistema de senhores e servos. Por exemplo, fala do seu irmão, pessoa intelectual, que gozava os hóspedes norte-americanos que falavam de liberdade e de democracia, dizendo que ele tinha escravos.

Se alguém tiver 100 milhões em acções enquanto outra pessoa tem 10.000 Euros numa conta bancária e vive do seu salário, mês após mês, isso significa que o relacionamento entre os dois é 100.000.000 / 10.000 = mil vezes mais: significa isso que o primeira é mil vezes mais habilidoso, inventivo, criativo, inteligente? Talvez, num caso em mil,possa ser assim. Mas geralmente a única coisa certa é que o primeiro será um "senhor" e que, directa e indirectamente, terá dezenas de pessoas ao seu dispor. E nada mais.

Um exemplo que bem conheço: dos 8.500 mil biliões de riqueza dos italianos. 5.000 são constituídos por imóveis; e destes, 80% é constituído por heranças. Isso é, são pessoas cujas famílias começaram com propriedades agrícolas, depois, gradualmente, mudaram para os imóveis urbanizados, com os valores das propriedades que subiram até dez vezes mais. Em muitos casos, usando a primeira propriedade (a agrícola) como base dum empréstimo, compraram outros imóveis ou urbanizavam a antiga propriedade. Que depois era desfrutada para um novo empréstimo.

O resultado é que, depois de duas ou três gerações, há famílias que têm dezenas ou mesmo centenas

Uma pergunta: onde está em tudo isso a contribuição para a sociedade e para a comunidade? Simplesmente: não há. Possuir terra, que aumenta o seu próprio valor ao longo do tempo devido ao facto de que a população e a economia crescem e o Estado gasta em infra-estructuras, chama-se rendimento, que beneficia do passar do tempo e do trabalho dos outros.
de milhões de património. Isso, obviamente, aconteceu não apenas em Italia, aliás, é um esquema bastante difundido e eficaz.

A mesma coisa acontece com o dinheiro que é emprestado (comprar títulos é emprestar dinheiro: neste caso, empresta-se o dinheiro a uma empresa): aumenta ao longo do tempo, ano após ano, com o sistema dos juros, sem fazer nada. Os Estados Unidos de hoje estão cheios de pessoas que herdam ou juntam dinheiro e que depois "facturam" ao longo de décadas com a cobrança dos juros. E, mais uma vez, não apenas nos EUA: somente em BTTP (um tipo de Títulos de Estado italianos plurianual) no ano passado foram 3.200.000.000.000 Euros de juros.

Depois, se um grupo étnico especializa-se em dinheiro e activos financeiros ao longo de dois mil anos, especula sobre os imóveis, empresta e comercia com tudo e todos; se proíbe que os seus filhos possam casar-se com elementos fora da sua comunidade para maximizar a aquisição de riqueza; se tem uma ideologia de forte solidariedade entre os seus membros, até o ponto de criar organizações e estruturas internacionais para isso; se chega ao ponto de desprezar os outros povos e de pôr isso em letras claras nos próprios livros sagrados...o resultado pode ser apenas um.

Porque a verdade é que não é possível falar de poder e dinheiro ao longo dos últimos dois milénios sem falar dos judeus (eu sei, o uso do termo está errado, pois deveria dizer "hebraicos": mas acho isso incorrecto, pois os hebraicos não são todos iguais e gosto de realçar esta diferença). 

Este é um sofisticado sistema para maximizar a aquisição de riqueza, funciona há séculos e nunca funcionou tão bem como hoje. Isso explica, por exemplo, porque há tantos sionistas em posição de relevo na sociedade. E não podemos esquecer que afinal o mesmo sistema foi desde sempre utilizado pelas elites de todo o mundo (como no caso do casamentos entre membros da mesma classe).

Mas, como todos os sistemas que criam senhores e servos, a exploração, também provoca alguma reação.

Na Magna Carta, o documento fundador da democracia inglês de 1215, existem dois parágrafos que afirmam que se uma pessoa estiver em dívida com agiotas e morre, os seus filhos menores de idade não devem ser privados das necessidades básicas para pagar as dívidas; e que se alguém morre com crianças pequenas, até estas tornarem-se de maior idade, os juros deixam de acumular-se (curiosidade: qual a palavra que a Magna Carta utiliza para indicar os agiotas? "Jews", isso é, "judeus").

Significa isso que antigamente o pai morria com uma dívida e as crianças de três anos ficavam com uma dívida que acumulava-se, ano após ano. Uma vez crescidos, já tinham uma dívida enorme, impossível de pagar: cresciam já escravos.

Outros tempos, podemos pensar, tempos antigos e diferentes.
Hoje somos mais evoluídos.
Talvez.

É o que vamos ver na segundas parte.


Ipse dixit.


Nota 1:
De Hugo Salinas Price há dois livros interessantes:
Nota 2:
Eis os artigos da Magna Carta, em língua original:
10. If one who has borrowed from the Jews any sum, great or small, die before that loan be repaid, the debt shall not bear interest while the heir is under age, of whomsoever he may hold; and if the debt fall into our hands, we will not take anything except the principal sum contained in the bond.

11. And if anyone die indebted to the Jews, his wife shall have her dower and pay nothing of that debt; and if any children of the deceased are left under age, necessaries shall be provided for them in keeping with the holding of the deceased; and out of the residue the debt shall be paid, reserving, however, service due to feudal lords; in like manner let it be done touching debts due to others than Jews.
Fonte: The Online Library of Liberty



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