No universo conspiracionista, um lugar em destaque é detido por um sítio na ilha gelada de Spitsbergen, no desolado arquipélago de Svalbard (Mar de Barents, a mil quilómetros do Pólo Norte).
Trata-se dum enorme
bunker no interior do qual foi construído um banco de sementes, destinado a conter de três milhões de variedades de plantas de todo o mundo.
O
bunker não é uma fantasia, existe mesmo: sabemos por quem foi construído, como, quando e com quais fundos. Doutro lado, não é o único banco de sementes do mundo.
O problema é a interpretação: segundo muitos, o
bunker de Spitsbergen representa uma espécie de Arca de Noé versão 2.0, realizada para preservar os restos das espécies vegetais após cataclismos inimagináveis (repentina inversão dos Polos magnéticos, choques com cometas, etc.) ou ataques alienígenas (ver a epopeia de Nibiru e anexos). Nesta óptica, a malvada elite mundial (Illuminati) sabe tudo acerca disso e decidiu preparar-se, obviamente escondendo a verdade ao resto do planeta.
Se a escolha for ir um pouco além destas infantilidades, podemos tentar descrever uma outra hipótese, bem mais viável mas nem por isso mais tranquilizadora. Vamos ver qual.
Spitsbergen é um "banco" esculpido no granito, protegido por duas portas à prova de bomba com sensores, detectores de movimento, saídas especiais de ar, paredes de cimento armado com um metro de espessura.
A estrutura está localizada perto da pequena aldeia de Longyearbyen, 1831 habitantes, onde qualquer forasteiro que chegue é imediatamente reconhecido, pois o resto da ilha é deserta.
Explica o governo da Noruega, dono das ilhas, que tudo foi pensado para "preservar a biodiversidade agrícola para o futuro".
E lembrem do termo: agrícola.
Os nomes
O facto é que o principal patrocinador desta arca da semente é a Fundação Rockefeller. Mas não sozinha: entre os financiadores encontramos também a Monsanto, a Syngenta e a Dupont Pioneer, num projecto de 30 milhões de Dólares por ano.
Podemos repetir os nomes? Podemos:
- Monsanto: indústria multinacional de agricultura e biotecnologia, líder mundial na produção do herbicida glifosato (vendido sob a marca Roundup) e produtor líder de sementes geneticamente modificadas
- Syngenta: uma das maiores indústrias de sementes do mercado global, tal como a Monsanto opera no âmbito dos químicos utilizados na agricultura, na biotecnologia e nas sementes geneticamente modificadas (3º produtor mundial)
- Dupont Pioneer: um dos mais importantes produtores mundiais de sementes geneticamente modificados.
Recentemente juntou-se o "filantropo" Bill Gates, o homem mais rico do planeta, através da sua fundação
Bill & Melinda Gates Foundation.
Repetimos: isso dá ao projecto 30 milhões de Dólares por ano.
Temos que pensar nestas instituições como quem goste de gastar o seu próprio dinheiro em utopias humanitárias ou será que pode haver algo mais? Será uma forma de proteger o planeta dos malvados extraterrestres ou uma maneira para ganhar dinheiro?
Como sempre: vamos seguir o dinheiro.
Rockefeller e a Revolução Verde
Existem muitos bancos de sementes no mundo, pelo menos mil nas várias universidades espalhadas pelo planeta: qual a necessidade de criar um novo, no meio duma ilha gelada?
A Fundação Rockefeller é a mesma que nos anos '70 financiou com 100 milhões de Dólares a primeira ideia duma "revolução genética na agricultura". Foi um grande trabalho que começou com a criação do
Agricolture Development Council (Conselho de Desenvolvimento da Agricultura, emanação da mesma Fundação Rockefeller) e do
International Rice Research Institute (Instituto Internacional de Pesquisa do Arroz) nas Filipinas, projecto este que contou com a presença da Fundação Ford.
Em 1991, o
International Rice Research Institute foi fundido com o mexicano (mas sempre de propriedade Rockefeller)
International Maize and Wheat Improvement Center (Centro Internacional de Melhoramento do Milho e do Trigo); em seguida, mesma operação com um centro para agricultura tropical (a IITA, sede na Nigéria, dinheiro dos Rockefeller).
Finalmente, tudo acabou com a formação do
Consultative Group on International Agricolture Research (Grupo Consultivo sobre a Pesquisa Internacional de Agricultura), o CGIAR.
Em várias reuniões internacionais de especialistas e políticos, realizados no centro de conferências da Fundação Rockefeller em Bellagio, o CGIAR mexeu-se para no jogo a FAO (a agência da ONU para a alimentação e a agricultura), o Banco Mundial (então dirigido por Robert McNamara) e o Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas. O CGIAR convidou, hospedou e formou gerações de cientistas agrícolas, especialmente do Terceiro Mundo, sobre as maravilhas do moderno agro-negócio e da nascente indústria de sementes geneticamente modificadas.
Tudo isso trouxe a palavra do CGIAR em muitos Países, criando uma extraordinária rede de influências, perfeita para a penetração do agro-negócio Monsanto.
Como escreve o jornalista, economista e histórico Frederick William Engdahl:
Com um atento efeito-alavanca dos recursos inicialmente investidos na década de '70, a Fundação Rockefeller ocupou uma posição ideal para moldar a política da agricultura global. E moldou-a.
Tudo em nome da ajuda humanitária científica (a "luta contra a fome") e duma nova agricultura adaptada ao livre mercado global.
Eugenia?
Não deve admirar, pois a genética é uma velha mania dos Rockefeller: desde pelo menos a década dos anos '30, quando ainda era chamada "eugenia" e era investigada nos laboratórios alemães para alcançar a pureza racial.
A Fundação Rockefeller financiou generosamente os cientistas, muitos dos quais, após a queda de Hitler, foram trazidos para os Estados Unidos, onde continuaram a estudar e a experimentar.
O mapeamento do DNA e as sementes modificadas são os filhos directos daquelas pesquisas e experiências.
Em 1946, por outro lado, Nelson Rockefeller lançou o lema "Revolução Verde" do México, numa viagem em que foi acompanhado por Henry Wallace (que tinha sido Ministro da Agricultura sob Roosevelt), enquanto preparava-se para fundar a referida
Pioneer Hi-Bred Seed Company (hoje Dupont Pioneer).
Norman Borlaug, o cientista aclamado pai da Revolução Verde e Prémio Nobel da Paz em 1970, trabalhava como dependente dos Rockefellers. O objectivo proclamado: superar a fome no mundo, como nos casos da Índia ou do México. A fome no mundo não foi ultrapassada, mas hoje temos as sementes geneticamente modificadas: realmente Rockefeller gasta dinheiro para aliviar o sofrimento da humanidade?
A chave pode ser encontrada na frase que Henry Kissinger pronunciou na década dos anos '70, quando nasceu o CGIAR:
Quem controla o petróleo controla o país, quem controla a comida, controla a população.
O petróleo já estava arrumado (Rockefeller Standard Oil), hoje sabemos que a Revolução Verde foi sinónimo de publicidade para a pesquisa genética agricola e o seu verdadeiro objectivo era subtrair a produção ao regime de agricultura familiar, submetendo os agricultores (especialmente no Terceiro Mundo) aos interesses de três ou quatro gigantes do agro-negócio.
Não vamos aqui aprofundar o discurso das sementes OMG e das relativas (e enormes) implicações. Pelo contrário, voltamos ao gélido arquipélago de Spitsbergen: para quê um banco de sementes, financiado com o dinheiro das mesmas empresas que trabalham para substituir as sementes naturais com novas geneticamente modificadas? Para que precisam duma Arca de Noé 2.0, com portas blindadas e alarmes, escavada na rocha?
Vamos ver as coisas dum outro ponto de vista.
Imaginemos um futuro no qual a maior parte das plantas produzidas pelo Homem forem manipuladas geneticamente. Tudo em nome da Humanidade, claro: luta contra a fome no mundo, crescimento populacional, alterações climatéricas, pragas de vária origem. E imaginemos que algo corra mal. Não sabemos ainda o que (pode ser uma doença selectiva, um problema ligado à manipulação do genes, uma guerra biológica...), mas tentamos imaginar isso: quanto poderia valer uma semente 100% natural, bem conservada e pronta para ser reproduzida?
Dúvidas
Dúvida: mas não foi dito antes que os bancos de sementes são muitos? Neste caso, o projecto Spitsbergen seria apenas um entre os muitos.
Sim, foi dito: segundo a FAO, no total os bancos de sementes são 1.400. Mas há um problema, pois a maior parte deles está localizado nos Estados Unidos e os maiores são controlados (de forma directa ou indirecta) por quatro empresas: Monsanto, Syngenta, Dow Chemical e DuPont. Três destes nomes já foram encontrados aqui e no projecto Arca 2.0 também. Pode ser um caso, pode não ser.
Outra dúvida: mas não será um cenário irrealista, demasiado catastrófico? Afinal, a maior parte da população parece ser contrária aos produtos geneticamente modificados, pode ser que a difusão destes permaneça algo limitada.
Sim, pode ser um cenário demasiado catastrófico: com certeza não é uma hipótese de realização imediata. Mas não podemos esquecer que este seria um investimento, algo que precisa de tempo. Os Rockefellers começaram a trabalhar na eugenia há 80 anos e só agora recolhem os frutos do investimento, com as sementes transigências. Cuja difusão não é tão limitada como seria possível pensar: entrem num supermercado e tentem encontrar soja ou milho não modificados.
Quanto ao "catastrofismo", vale a pena lembrar um episódio.
Nos anos '90, a Organização Mundial da Saúde (da ONU) lançou uma ampla campanha para vacinar contra o tétano as mulheres de Filipinas, México e Nicarágua, entre 15 e 45 anos de idade.
Por qual razão só as mulheres? Boa pergunta.
A mesma pergunta que fez o Comité Pro Vida, uma organização católica mexicana bem ciente das campanhas anti-natalidade realizadas na América do Sul pelos Rockefellers. Fez examinar a vacina fornecida pela OMS de forma livre e generosa e descobriu que continha
gonadotrofina coriônica humana, uma hormona natural que, quando activada pelo germe do tétano atenuado contido na vacina, estimula anticorpos especiais que tornam as mulheres incapazes de levar a gravidez a termo.
Na prática: um aborto.
Descobriu-se que esta vacina era o resultado de 20 anos de pesquisa financiada pela Fundação Rockefeller, o
Population Council (sempre Rockefeller ), o CGIAR (ainda Rockefeller), o
National Institute of Health (governo dos EUA) e que a Noruega tinha contribuído com um financiamento de 41 milhões de Dólares.
A Noruega? Pois, o mesmo País que hoje participa no projecto Arca de Noé 2.0 no seus gélido arquipélago das Svalbard.
Coisas esquisitas, não é?
Ipse dixit.
Fontes: o artigo tem como fonte primária uma pesquisa do jornalista Maurizio Blondet, publicada originariamente no diário online Effedieffe. Blondet é enviado especial dos diários Il Giornale, Avvenire e é autor de vários livros, nalguns dos quais tenta investigar os poderes ocultos ignorados pelos media
mainstream (
La strage dei genetisti,
Complotti vecchi e nuovi,
I fanatici dell'apocalisse) e as lobbies politicos-militares e petrolíferas (
11 settembre colpo di stato in USA,
Chi comanda in America,
Osama Bin Mossad,
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