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O satélite GOCE |
Ainda a falar de espaço?
Sim, mas desta vez é do espaço para a Terra.
O satélite GOCE (
Gravity Field and Steady-State Ocean Circulation Explorer)
foi lançado pela Agencia Espacial Europeia (ESA) em 2009 e tinha como missão realizar um mapa gravitacional do nosso planeta. Coisa que o GOCE fez, e bem.
Só que depois de 4 anos passados sozinho, no frio do espaço, decidiu voltar para casa. Uma decisão que faz um certo sentido, admitimos. Só que aqui começam os problemas, porque uma coisa é um regresso programado, outra é um satélite que decide como e quando voltar.
Quando? Se não mudar de ideia, entre hoje, Domingo, e amanhã.
Mas voltar onde? Eis a dúvida. A área dos destroços deve cobrir uma zona ampla uns 900 quilómetros, mas não se sabe ao certo em qual lugar. Teoricamente, pode ser em qualquer ponto do planeta.
O GOCE pesa 1.100 quilos, mas a boa notícia é que a maior parte do satélite ficará destruída por causa do atrito com a atmosfera terrestre: "a maior parte", mas não todo. São esperados cerca de 20-40 fragmentos que atingirão a terra, os maiores dos quais (que serão poucos) podem pesar uns 90 quilos.
Que pouco não é.
O responsável da missão da ESA, Rune Floberghagen:
Falamos dum risco muito pequeno.
Heiner Klinkrad, do departamento dos detritos espaciais da mesma Agência:
É 250.000 vezes mais provável ganhar a lotaria alemã.
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O lançamento em 2009 |
Curiosamente, estes pontos de vista são muito parecidos com o último pensamento de Varela, a vaca morta por um meteorito na Venezuela em 1972: "Estas coisas não acontecem, seria preciso muito azar..." e tombou.
Conselhos? Poucos.
Os responsáveis falam de "evento raro e incerto", dum objecto que regressará "a velocidade reduzida" (90 kg. não caem, flutuam) e de fragmentos que poderiam perfurar telhados e sótãos (deve ser por causa da velocidade reduzida...). Pelo que, melhor ficar em casa, nos andares mais baixos dos prédios.
Considerado que o satélite pode cair um qualquer ponto do planeta, o ideal seriam 7 biliões de pessoas fechadas em casa, hoje e amanhã.
Possivelmente com as vacas também.
Ipse dixit.
Fontes: Il Corriere della Sera, The Guardian
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