Malaysia Airlines: as perguntas de Moscovo
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Malaysia Airlines: as perguntas de Moscovo


Cada vez menos espaço para o caso do avião da Malaysia Airlines abatido na Ucrânia.

Normal: os diários estão sempre à procura das últimas novidades "bombásticas", as notícias ultrapassam-se rapidamente. E, neste caso, a notícia já fez o seu trabalho: espalhou a ideia de que os rebeldes abateram o avião civil, com a cumplicidade, directa ou indirecta, da Rússia.

Mas um pouco mais de atenção não seria mal, porque é agora que surgem as novidades mais interessantes. Só que para conhece-las temos que entender um pouco de inglês, pois os media nacionais dizem pouco e de forma bem "filtrada".

A novidade é a seguinte: a Rússia tem apresentado oficialmente, e em público, a série de resultados derivantes das observações radar e imagens de satélite. Até que enfim alguém apresenta alguma coisa.

Basicamente há dois factos que devem ser realçados:
  1. o exército ucraniano tinha três ou quatro batalhões de defesa aérea equipados com sistemas Buk-M1 SAM localozados nas proximidades de Donetsk no dia do acidente. Estes mísseis eram capazes de atingir o avião civil. Outros tipos de mísseis terra-ar não tinham a oportunidade, dada a altura e a posição da aeronave. As reconstruções filmadas dos Estados Unidos baseadas na transferência de mísseis terra-ar para o território da Ucrânia são o resultado de um falso (em boa verdade, foi mais Kiev que deu peso a este facto).
  2. havia uma caça ucraniano a 3 quilómetros de distância do Boeing no momento em que foi atingido. É possível observar isso nas gravações da torre de controlo do vizinho aeroporto: um Su-25 nas proximidades do avião civil, um caça armado com misseis ar-ar R-60, capaz de atingir um alvo a uma distância de 12 km. Os russos perguntar: qual era a missão do aviões de combate?
A conferência de imprensa, realizada por dois altos funcionários do Exército russo (o Chefe do
Estado Maior Andrey Kartopolov e o Comandante Igor Makushev), tem desmantelado as afirmações de Kiev, demonstrando assim que a responsabilidade pelo que aconteceu não deve ser atribuída às milícias pró-russas na Ucrânia oriental, mas a uma acção militar do exército ucraniano.

Entrando em mais detalhes, os russos colocaram dez perguntas para os ucranianos e os seus aliados ocidentais. Perguntas que esperam respostas:

1. Por qual razão o vôo MH17 abandonou o corredor internacional ao voar sobre a cidade de Donetsk, virando para o norte?

2. Esta mudança de rota foi devida a um erro da cabine do avião, ou o piloto estava enganado, ou seguiu as instruções dos controladores de tráfego aéreo em Dnepropetrovsk?

3. Porque o exército ucraniano implantou um massivo sistema de defesa anti-aérea na área leste da Ucrânia, se as milícias separatistas não têm aeronaves à sua disposição?


4. Por qual razão Kiev implantou o sistema de mísseis Buk mesmo na área controlada pelas milícias separatistas?

Há fotos de satélite das unidades de defesa aérea da Ucrânia na parte sudeste do País. As três
primeiras fotos foram tiradas no dia 14 de Julho.

A primeira mostra sistemas de lançamento Buk situados 8 km a noroeste de Lugansk (um Telar e dois Tels). A segunda imagem mostra o radar localizado 5 km ao norte de Donetsk (dois TARs juntamente com outros equipamentos militares). A terceira foto mostra os sistemas de defesa aérea ao norte de Donetsk (um sistema de lançamento Telar e cerca de 60 veículos militares, além de tendas e outro material).

Uma foto da mesma área tomadas no dia 17 de Julho (dia do abate do avião) mostra que havia ainda mais sistemas de lançamento na área.

5. Porque no dia do acidente do avião tem havido um aumento nas actividades do radar do exército ucraniano Kupol 9S18-M1, componente do sistema Buk, instalados na área?

6. Porque naquele dia um avião militar ucraniano percorria o corredor reservado aos aviões civis internacionais?

Havia quatro aviões no corredor: três aviões civis (o voo Copenhaga-Singapura da 17:17, o voo Taipei-Paris das 17:24 e o voo de Amsterdã para Kuala Lumpur que foi abatido). Mas sistemas russos também registaram a presença de um caça ucraniano da Força Aérea, como mencionado acima.

7. Porque um caça militar ucraniano voava ao mesmo tempo e na mesma área atravessada por um avião de passageiros?

8. Onde aconteceu o lançamento do míssil? Donde provem o vídeo divulgado pelos meios de comunicação ocidentais do sistema Buk alegadamente transferido do território russo para o território da Ucrânia?

O vídeo em questão foi realizado na cidade de Krasnoarmeisk, como é possível observar pela publicidade duma concessionária de carros no número 34 da rua Dnepropetrovsk. Krasnoarmeysk, está sob o controle das Forças Armadas da Ucrânia desde o 11 de Maio.

9. Demonstrado que o vídeo foi realizado numa parte do território ucraniano controlada por Kiev, onde se encontra agora o sistema que lançou o míssil Buk? Quando foi a última vez que um míssil foi lançado a partir deste sistema?

10. Porque os funcionários do governo EUA ainda não forneceram evidências que mostrem que o avião foi abatido por um míssil lançado pelas milícias separatistas pró-russas?


As autoridades americanas afiram que estar na posse de fotos de satélite que provam que o avião foi abatido por um míssil lançado pelas milícias pró-russas.
Mas até agora ninguém viu essas fotos.

E não seria mal, caso o Ocidente tenha provas, começar a mostra-las. Porque estas perguntas merecem visibilidade (o que não foi dado) e, sobretudo, respostas.

A seguir, a conferencia de imprensa (idiomas: russo e inglês, duração: 29 minutos).



Ipse dxit.

Fontes: RT, Il Manifesto



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