O atentado na Tunísia
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O atentado na Tunísia


Ontem ataque terrorista na Tunísia.
Objectivo: os turistas que visitavam o museu do Bardo.
Resultado: 21 pessoas mortos, 18 turistas e 3 tunisinos entre os quais um polícia e dois terroristas.

Poucos dias atrás, no passado 15 de Março, tinha sido divulgado um vídeo em um membro do ISIS da Síria convida "os irmãos na Tunísia" a agir. O vídeo, obviamente, tinha a assinatura do Site de Rita Katz. E, perante a falta de reivindicações do atentado, eis a simpática Rita que explica: Se o ataque estivesse ligado ao ISIS não teria nascido do nada". O que significa: "Viram? Os nossos vídeos batem certos, como sempre".

Na verdade, até agora não há nenhuma ligação evidente entre o atentado e o ISIS, apesar desta eventualidade não surpreender. Os dois terroristas mortos são Yassine Laabidi, de Ibn Khaldoun, e Hatem Khachnaoui, nativo de Kasserine. Mais uma vez, um dos elementos era conhecido, como confirma o Primeiro Ministro Habib Essid: Yassine Laabidi era não apenas conhecido como também seguido pelos serviços de segurança.

O ataque

A dinâmica do atentado é clara e explicada pela conta Twitter Afiriquia Mídia, que está perto do grupo terrorista Batalhão Okba Ibn Nafaa, um dos ramos de Al-Qaeda.

"Foi um dia normal para eles", está escrito. Como qualquer cidadão comum que vai trabalhar, pegaram nas mochilas, apanharam o metro para chegar ao Bardo. O saco continha dois Kalashnikov e quatro granadas. Uma vez lá, instalaram-se atrás dum autocarro e abriram o fogo contra os turistas, tendo como alvo o que eles chamam "os verdadeiros infiéis".

 De acordo com o texto, só depois os terroristas decidiram mudar-se para a Assembleia dos Representantes do Povo (como estava planejado), onde foram empurrados para trás por um intenso tiros das guardas de segurança.

 Assim decidiram voltar para o museu para perseguir o número máximo de "infiéis". Referindo-se ao balanço, os terroristas exultam por terem mortos 20 "canalhas" e dois "apóstatas: um guarda de segurança e um motorista de autocarro".

A Tunísia?

Mas por qual razão a Tunísia? Vamos esquecer o vídeo do Site para procurar uma razão: e não é preciso procurar muito.

A Tunísia é o único País que, depois de ter atravessado a Primavera Árabe, está de volta para a normalidade. As instituições funcionam, não há violência nas ruas, a vida corre normalmente, com navios de turistas que diariamente entram nos portos.

O Primeiro Ministro Essid ontem falou do "terrível impacto económico" que o atentado terá sobre o turismo, um sector estratégico no País: 20% das receitas são geradas pelos visitantes, que podem desfrutar de centros turísticos modernos e bem equipados como Djerba, Hammamet ou Susa.

O turismo é uma importantíssima fonte de receitas não apenas na Tunísia. O mesmo acontecia na Líbia, onde agora não há nem turismo nem trabalhadores estrangeiros. O mesmo acontecia no Egipto, onde os operadores turísticos redimensionaram em muito os seus programas. Da Síria e do Iraque nem vale a pena falar.

Portanto, estamos perante um preciso plano que tenciona atingir duramente as economias locais e, ao mesmo tempo, difundir a insegurança. Os que decidiram o atentado querem que o caos continue na maior parte daqueles que foram os mesmos Países já afectados pela Primavera Árabe: Líbia, Síria, Egipto, agora Tunísia.

É uma maneira de operar que os habitantes da zona bem conhecem: a tal Primavera tinha sido pensada para desestabilizar toda a área. E sabemos quem estava atrás deste movimento: a Primavera era a lógica continuação das Revoluções Coloridas financiadas pelos Estados Unidos.

Curioso que Al-Qaeda ou o ISIS agora continuem as operações iniciadas por Washington, nos mesmos lugares, com os mesmos objectivos.
Curioso ou perfeitamente lógico.


Ipse dixit.

Fontes: Il Corriere della Sera, La Repubblica, Realites



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