O urânio, as crianças e o silêncio
Conspiração

O urânio, as crianças e o silêncio


É o silêncio.

As autoridades norte-americanas admitem ter usado 320 toneladas de urânio empobrecido, números contestados pela fundação Laka de Amsterdam que estima a quantidade real mais perto de 800 mil toneladas, lançadas no Iraque durante a guerra de 1991 e 1.200 toneladas durante a invasão de 2003.

Em 1991, o exército norte-americano lançou quase um milhão de bombas de urânio empobrecido em três dias contra os soldados iraquianos em retiradas e milhares de refugiados ao longo das estradas perto de Bassora.

O resultado? Rapidamente, algumas áreas do sul do Iraque tiveram um aumento anual de 350% dos casos de leucemia, deficiências imunológicas, cataratas e disfunções renais. As estatísticas oficiais mostram que antes da eclosão da primeira Guerra do Golfo, em 1991, a taxa de casos de câncer era de 40 por cada 100.000 habitantes. Em 1995 tinha subido para 800 por 100 mil e, em 2005, dobrou para pelo menos 1.600 pessoas por 100.000.

O Dr. Jawad al-Ali, do Centro de Tratamento do Câncer em Bassora:
O mundo deve saber que os Iraquianos foram vítimas de agressões infligidas pelo uso de munições de urânio empobrecido por parte de tropas americanas e britânicas durante a guerra. Este é um genocídio.
O especialista que existam 300 locais em todo o Iraque contaminados com radiação de munições de urânio empobrecido:
Antes da Guerra do Golfo, tínhamos dois ou três casos de pacientes com câncer por mês, agora 30-35 pessoas morrem a cada mês. Os nossos estudos indicam que uma percentagem entre 40 e 48% da população terá um câncer dentro de cinco anos.
Considerando que a OMS (Organização Mundial da Saúde) quantifica a população iraquiana em cerca de 33 milhões de habitantes (dado de 2013), estima-se que cerca de 15 milhões de pessoas receberão um diagnóstico de câncer nos próximos anos.

Além disso, nunca antes tinha sido detectada uma tão elevada taxa de espinha bífida nas crianças, por
exemplo em Bassora, e a taxa continua a aumentar.

O número de hidrocefalias em recém-nascidos é seis vezes maior em Bassora que nos Estados Unidos e são encontradas malformações relatadas apenas nos manuais de medicina que estudam as crianças nascidas perto dos locais dos testes nucleares no Pacífico: crianças sem membros, com intestinos para fora do abdómen, tumores enormes, com um único grande olho ou sem olhos, crianças anencefálicos (ausência de grande parte do cérebro e do crânio), com graves problemas de respiração, com tumores malignos muito agressivos que implica amputações. Estes são apenas alguns exemplos entre muitos.

Um especialista em pediatria do Hospital geral de Fallujah, o Dr. Samira Alani, conduziu uma investigação após a proliferação dos defeitos congénitos como resultado do bombardeio dos Estados Unidos. A sua pesquisa levou-a para o Japão, onde se encontrou com os médicos japoneses que estudam a taxa de defeitos de nascimento por causa da radiação dos bombardeios nucleares de Hiroshima e Nagasaki. A taxa de incidência de malformações em Hiroshima e Nagasaki é actualmente entre 1 e 2%. O Dr. Alani observou que os casos de malformações congénitas foram 14,7% nas crianças nascidas em Fallujah, ou seja, mais de 14 vezes a frequência das áreas afectadas no Japão.

Os médicos iraquianos acreditam que os defeitos congénitos têm aumentado entre 2 e 6 vezes e as crianças têm entre 3 e 12 vezes a probabilidade de câncer ou leucemia desde 1991. Um relatório publicado no The Lancet, em 1998, declarava que na altura cerca de 500 crianças estavam a morrer a cada dia por causa da guerra e das sanções e que a taxa de mortalidade das crianças iraquianas com menos de 5 anos de idade tinha aumentado de 23 por 1.000 em 1989 para 166 por 1.000 em 1993.
E a tendência está a aumentar.

Qual a reacção da comunidade internacional perante estes dados? Nenhuma.

Muitos médicos iraquianos estão a tentar alertar a comunidade internacional para obter ajuda através das figuras mais importantes do mundo. Mas em vão. Após o bloqueio do relatório da OMS, 58 peritos, académicos, intelectuais, profissionais de saúde e defensores dos direitos humanos em Maio de 2013 escreveram para a OMS e o Ministério da Saúde do Iraque, exigindo a libertação imediata do relatório. Não houve resposta.

O apelo, assinado por estudiosos de todo o mundo, incluindo Noam Chomsky, Ken Loach, John Tirman, Dr. Mozhgan Savabieasfahani, organizações como a Human Rights, Health Alliance International e muitas outras ficou simplesmente sem resposta.

Hans von Sponeck, ex-Vice-Secretário-Geral das Nações Unidas e membro do Tribunal de Bruxelas:
O governo dos Estados Unidos tem feito tudo para impedir que a OMS investigasse nas áreas do sul do Iraque, onde foi utilizado urânio empobrecido que causou graves danos, riscos ambientais e de saúde.
À luz desta tragédia ocultada por parte de organizações internacionais, a pergunta é: qual é o papel da OMS? A função desta organização que alimenta o planeta com as suas campanhas contra a poliomielite, a lepra, etc. e pontifica sobre tudo o que é saúde, é de esconder um relatório que acuse um governo? O extermínio do povo iraquiano através da utilização de urânio em larga escala por parte dos exércitos americano e britânico é um tema que não faz parte das normas da OMS e das várias ONGs de fachada? Como descrever uma organização que se atreve a esconder um relatório que indica claramente as monstruosidades da guerra, que esconde os crimes hediondos cometidos contra um povo e a natureza? Como pode um cientista tolerar tal monstruosidade?

Fica a pergunta, como sempre sem resposta.


Ipse dixit.

Fonte: a fonte deste artigo apresenta uma documentação fotográfica (alguns exemplos de defeitos de nascimento) cuja visão não é recomendada para as pessoas sensíveis. O link é o seguinte: Whatsupic



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