Quénia, Nairobi, Al-Qaeda: a sombra do Ocidente
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Quénia, Nairobi, Al-Qaeda: a sombra do Ocidente


O Westgate Mall
Quais são as possibilidades de que os membros da família do presidente do Quénia, Uhuru Kenyatta, estivessem a visitar o Westgate Mall em Nairobi, quando aconteceu o ataque terrorista pró-Al-Qaeda?
Quantas as possibilidades destes membros serem reconhecidos e assassinados?

A Bbc relata que no sangrento ataque ao centro comercial, entre as vítimas há também o sobrinho do presidente Uhuru Kenyatta, Mbugua Mwangi e a sua namorada, Rosemary Wahito.
Então o que se passou foi isso: um grupo ligado à Al-Qaeda decidiu atacar um centro comercial em Nairobi e depois, olha que surpresa!, temos aqui o sobrinho do Presidente. Melhor mata-lo, já.

Quais são as possibilidade de Al-Qaeda, alegado grupo islâmico anti-ocidental, lute para enfraquecer so inimigos de Washington e Wall Steet?

Porque é isso que acontece: Al-Qaeda lutou na Líbia contra Kadhafi; Al-Qaeda luta na Síria contra Assad; Al-Qaeda estreia-se agora contra Kenyatta no Quénia. Uma sortuda série de coincidências, sem dúvida. 

A coisa adquire um pouco sentido diferente se considerarmos Al-Qaeda como o grupo armado e financiado pelos Estados Unidos no Afeganistão nos anos 80, na Líbia em 2011, na Síria contra Assad até hoje, na Somália agora para desestabilizar o vizinho Quénia. Então desaparecem as coincidências e surge um nexo que faz todo o sentido.

Kenyatta: de pai para filho

Kenyatta, o novo Presidente, foi eleito em parte devido à reação popular contra a decisão do pró-ocidental Tribunal Penal Internacional (TPI). Kenyatta foi acusado pelo TPI por "crimes contra a humanidade" já durante a campanha eleitoral.

Uhuru Kenyatta
Curiosamente, também o pai dele, Jomo Kenyatta, o pai da independência do Quénia, teve que enfrentar um julgamento por parte dum tribunal, desta vez inglês. O pai foi preso, é provável que o filho consiga evitar a prisão pelo simples facto de que as acusações são, para usar um eufemismo, "fracas".

A realidade é que o TPI nasceu mal e continuo ainda pior: uma instituição desacreditada que trabalha ao lado da NATO e, em particular, de Estados Unidos, Reino Unido e França na agressão dos inimigos políticos em todo o mundo.

Isso ficou bem patente na Líbia, em 2011, quando o TPI desempenhou um papel crucial na propaganda da NATO contra o regime de Tripoli, quando o promotor do TPI, Luis Moreno Ocampo (curiosamente o mesmo que acusa hoje Kenyatta), "confirmou" que o filho do líder líbio Kadhafi tinha sido por militantes líbios e encontrava-se em viagem para Haia, sede do mesmo tribunal. O jovem Kadhafi apareceu no dia seguinte, livre, enquanto continuava a liderar a defesa de Tripoli:o Tribunal Penal Internacional havia mentido, participando num operação psicológica da NATO para pintar a capital líbia como destroçada e perto da derrota final.

A perseguição do presidente Kenyatta é o sinal de que ele tem inimigos inimigos no Ocidente. O TPI é totalmente rejeitado pela União Africano (UA), como observou o artigo Economist, " Um tiro no próprio pé", no ele afirma:
Os Chefes de Estado de todo o continente reuniram-se em Addis Abeba, capital da Etiópia, no dia 27 de Maio, para comemorar o 50 º aniversário da União Africano e o directo precursor, a Organização para a Unidade Africano. Congratularam-se pela forma como presumivelmente teriam cooperado nas últimas décadas, acompanhando tudo com "tiros" disparados contra o Tribunal Penal Internacional da Haia. Liderado pelo primeiro-ministro etíope Hailemariam Desalegn, que presidiu a União na altura, acusaram o tribunal de racismo e de "caça aos africanos".
The Economist traça o rumo: reconhecer o TPI é essencial para o crescimento da África, uma vez que faz parte dos "padrões internacionais". A África deve seguir o percurso indicado para continuar a atrair os investimento estrangeiro.

O Ocidente, o terrorismo, a África

Mas as coisas estão um pouco diferentes: quando o mandado de prisão contra o líder Kadhafi foi emitido
pelo TPI, a União Africano simplesmente rejeitou-o. O colapso das assim chamadas "instituições internacionais" é o sinal do declínio global da potência norte-americana. Ocidente.

Quem, no continente Africano e em outros lugares, desafia a ordem internacional, paga com represálias, sanções económicas paralisantes, operações militares secretas ou, como no caso da Líbia, a agressão militar. Estas são as armas que sobram aos EUA e aos aliados deles.

A eleição do novo presidente do Quénia pode ser facilmente interpretada como uma erosão importante da legitimidade já abalada do Tribunal Penal Internacional e dos interesses económico- corporativos que tentam perpetuá-la: esta parece ser a razão mais lógica do recente ataque em Nairóbi. O que está em risco é o castelo de cartas  sócio-económico de Washington.

Isso explica o recurso aos grupos terroristas: o Grupo Combatente Islâmico Líbio (LIFG ) na Líbia, a Frente al- Nusra na Síria, al- Shabab (que tem ligações directas com estes dois organizações terroristas e com Al-Qaeda) agora no Quénia.

Simples, nos próximos tempos, desfrutar a vaga de dor e ira para que a população apoie Africom (o comando dos Estados Unidos que opera no continente) empenhado na região com fins supostamente anti-terrorismo.

Para explicar o ataque de Nairobi, é preciso seguir os interesses económicos de EUA, Reino Unido, França e os braço armado destes, o Africom.


Ipse dixit.

Fontes: International Criminal Court, Standard Media, The Telegraph, The Economist, Coalition for the International Criminal Court, Independent, Herald Sun, Land Destroyer



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