Alimentação: 8 absurdidades
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Alimentação: 8 absurdidades


Às vezes não é simples cuidar da alimentação. Adquirimos um particular tipo de comida, convencidos de que esta seja saudável, e não sabemos que o efeito é exactamente o oposto.

Eis 8 "sem-sentidos" alimentares que, apesar de ser vendidos como "salutares", não fazem bem.
Mas nada mesmo.

1. Sumo de laranja embalado

O que pode haver de melhor do que o sumo duma laranja? É fruta, é toda vitamina C. E a vitamina C faz bem. O açúcar não. E é mesmo este o problema: um sumo adquirido numa loja, do tipo embalado, contém a mesma quantidade de açúcar de que uma lata de Coca-Cola. Às vezes mais.

E que dizer do "100% sumo"? A marca Tropicana enfrentou recentemente um processo por anunciar o seu como sendo isso mesmo, "100% sumo". Problema: não era. Pensamos nisso: mas achamos normal ter 100% sumos que mantêm-se inalterados ao longo de anos? E que raio de super-laranjas utilizam?

Consumir sumo empacotado pode causar diabetes, obesidade e problemas cardíacos. E o mesmo discurso vale para os sumos de maças e das outras frutas.

Melhor consumir sumos 100%, sem açúcares adicionados (nem adoçantes, que são ainda piores) e com prazos de validade bem reduzidos.

Melhor ainda? Comprar algumas laranjas e espreme-las em casa.
Não é uma grande fadiga, pois não?



2. Pão Integral

O pão integral ajuda a emagrecer e faz menos mal. Certeza?
O pão integral, tal como o pão normal (e todos os produtos derivados do trigo) contém glúten.

O glúten, coitadinho, em si nem é tão mau: é uma proteína constituída pelos péptidos da gliadina e da glutenina. Pode ser encontrada, por exemplo, em trigo, semolina, espelta, kamut, centeio e cevada. Os nossos corpos usam o glúten para saber como digerir as proteínas, aquelas naturais, feitas pela Natureza. Eis o ponto: estima-se que 5% das proteínas encontradas no trigo hibridado (o OGM) sejam novas proteínas que não estavam presentes em nenhuma das plantas de trigo originais.

Estas "novas proteínas" são parte do problema que levou ao aumento da inflamação sistémica, intolerância generalizada ao glúten generalizada e taxa mais elevadas de doença celíaca.

Mas aqui temos um outro problema: como encontrar pão, integral ou não, feito com farinhas de trigo não-OGM? Uma solução parcial pode ser na compra de produtos gluten-free, sem glúten. Mas é provável que após ter experimentado um prato de massa gluten-free o Leitor irá abandonar definitivamente o blog...


3. Sem glúten é bem melhor

Muito bem, então decidimos sofrer e ignorar os produtos sem glúten.
Problemas resolvidos? Nem pro isso.

Só nos Estados Unidos vivem mais de 18 milhões de pessoas intolerantes ao glúten, pelo que o sector dos alimentos sem esta proteína encontra-se em franca expansão. Mas não é que "sem glúten = 100% saudável".

Muitos produtos contêm altos níveis de açúcares refinados, produtos químicos e outros ingredientes sem os quais seria possível viver alegremente. Cuidado com as escolhas e leiam sempre bem o rótulo para ver quais os ingredientes utilizados. Sacarose? Frutose? Adoçantes sintéticos? Não,
obrigado.


4. Produtos sem açúcar que contêm ágave

A ágave é uma boa planta: fica bem nos jardins, produz fibras utilizadas na confecção de chapéus, cordas, carpetes, Tequila, Mezcla e ajuda no tratamento das queimaduras.

O facto é que a ágave faz tantas coisas mas não pode fazer tudo. Por exemplo: não pode substituir o açúcar. E, mesmo assim, começam a aparecer alimentos "sem açúcar" mas adoçados com ágave. E a glucose no sangue dispara. Porquê?

O nosso fígado tem de metabolizar o glicogénio. Quando está sobrecarregado, o fígado não pode fazer o seu trabalho (também ele não pode fazer tudo!) e limita-se a transformar tudo em gordura. Isso é prejudicial no caso do diabetes e provoca obesidade, bem como inúmeros outros problemas de saúde. O néctar de ágave, muito rico em glicogénio, pode ser tão prejudicial quanto o xarope de milho ou o açúcar refinado.

O Dr. Oz, aquele desgraçado que aparece na televisão em vez que esconder-se atrás duma árvore, elogiou a ágave como "planta milagrosa" e foi obrigado pelo tribunal a retratar as suas declarações.


5. Comida low fat (ou light)

Low fat significa "baixa gordura". O que é saudável, não há dúvida. Problema (há sempre um problema!): se a gordura for reduzida, como dar sabor ao alimentos? Simples: com mais açúcar e sal. Pelo que, o low fat pode tornar-se mais prejudicial do que o fat em si.

E nem faltam produtos químicos e adoçantes artificiais para que continuem atractivos e saborosos. Além de que, o nosso corpo precisa de gordura: nem toda a gordura é negativa.

Mesmo discurso no caso da comida light: as batatas fritas podem bem ser light mas sempre fritas são, contêm muito sal e às vezes nem sabemos ao certo em qual tipo de óleo são preparadas.

Outros ingredientes utilizados na comida low fat ou light: xarope de milho, amido modificado (pode ser de origem OGM), glutamates livres (proteína vegetal hidrolisada, aromas naturais), diglicéridos (açúcar), gomas (guar e xantana) e outros ingredientes questionáveis​


6. Bebidas para atletas

Embora seja verdade que quem faz desporto queima cargas de glicogênio e perde electrólitos preciosos, as bebidas "desportivas" não são a resposta. Muitas delas contêm demasiado açúcar refinado, tanto quanto os refrigerante.

Também contêm tipicamente xarope de frutose de milho (HFCS), sabores artificiais e corantes.

Mas há mais: beber cargas de açúcar depois dum treino pode causar sensibilidade insulínica e uma menor produção da hormona de crescimento (HGH). Isso para não falar dos sais: sal processado, não sal natural (como o sal marinho) que contém importantes minerais dos quais o corpo realmente precisa.


7. Óleos vegetais com Ómega

Esta coisa do Ómega é uma manía que abrange muitos tipos de comida. Parece que quem comer Ómega vai ficar sempre jovens. E como o Ómega é extraído dos peixes, seria lícito pensar que os peixes nunca envelheçam. Então temos más notícias: os peixes envelhecem e morrem até.

No caso dos óleos, temos produtos vegetais no mercado que proporcionariam um "coração saudável", por causa do Ómega 6. Mas isso é uma mentira.

Durante mais de 4-5 milhões de anos de evolução, a dieta dos hominídeos continha abundantes frutos do mar e outras fontes de Ómega-3, os ácidos gordurosos EPA e DHA, mas relativamente baixos em Ómega-6.

A pesquisa antropológica sugere que os nossos ancestrais consumiam Ómega-6 e Ómega-3 segundo uma proporção de cerca de 1: 1. Também indica que os antigos caçadores-coletores estavam livres de muitas doenças inflamatórias modernas, incluindo a doenças cardíacas, o câncer e o diabetes, que são as principais causas de morte hoje.

O homem primitivo não se embutia de Ómega 3 ou 6: simplesmente evitava alimentos embalados e mantinha uma alimentação naturalmente equilibrada (rica em vegetais e/ou produtos frescos do mar).


8. Margarina

Façam o favor: esqueçam duma vez por todas a margarina. Comam manteiga, sem exagerar, substituam com azeite cru, mas esqueçam a margarina.

A margarina é uma autêntica porcaria.
Sabem como é feita? É feita por aquecimento de um óleo vegetal muito barato (que já está danificado pelas temperaturas extremamente elevadas); é aplicada uma forte pressão e o hidrogénio é forçado a entrar na estrutura do óleo para torna-lo sólido.

Isto já por si não parece o máximo da vida, mas este processo precisa de produtos químicos tóxicos, como o óxido de níquel, para forçar a mudança na estrutura molecular do produto.

Outro pormenor: as temperaturas elevadas no óleo criam a formação de radicais livres; são os mesmos radicais que depois tentamos combater com o ómega 3. Assim, dum lado engolimos radicais livres com a margarina, a seguir enviamos o ómega 3 para elimina-los. Inteligente, não é? 

Volte para a manteiga, aquela verdadeira. É bem melhor, com altos níveis de vitamina K e outros nutrientes.

E bom apetite.


Ipse dixit.

Fonte: Natural Society



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