Apresentado em 1996 em simultâneo por três cadeias de televisão americanas como sendo um verdadeiro milagre no tratamento da osteoporose, o "Fosamax" da Merck, depressa atingiu 3 mil milhões de Dólares de vendas anuais.
Após milhões de tratamentos prescritos, cada vez mais, esta classe de medicamentos revelou efeitos secundários graves e, irónicamente esta substância destinada a prevenir as fracturas, aumenta o risco de... fracturas!
Osteonecrose dos maxilares provocada pelos bifosfonatos.
O Fosamax não é o único em causa, na realidade o mesmo acontece com a toda esta classe terapêutica, a dos bifosfonatos. Além do ácido alendrónico, e citando apenas os mais conhecidos temos: Fosavance, Bonviva, Aclasta e Actonel.
Esttes medicamentos, podem provocar dores musculares e articulares, geralmente reversíveis, os efeitos secundários graves como: osteonocrose dos maxilares e fracturas atípicas.
O laboratório Merck foi levado a julgamento, em Nova Iorque nos Estados Unidos, com o Fosamax a ser acusado de ter provocado mais de 850 osteonecroses dos maxilares. O tribunal terá de se pronunciar se o Fosamax está na origem desta doença.
Apesar da Merck já ter recentemente aceite que a incidência da osteonecrose dos maxilares em doentes medicados com Fosamax é de 2 a 4 doentes por 100 000, muitos estudos revelam números bastante mais alarmantes. Um estudo autraliano chegou a valores de incidência de 1 caso em cada 8 500 a 2 200 doentes.
O advogado das vítimas, Tim O'Brien, acusa igualmente a Merck de "ter aumentado o potêncial mercado da osteoporose, baixando o limite normal da densidade ossea para o qual um tratamento medicamentoso era necessário".
O Fosamax aumenta o risco de...fracturas!
No início da sua comercialização, a Merck apresentou o Fosamax como sendo capaz de reduzir para metade o risco de fracturas. Uma organização independente de médicos, a Cochrane, após ter analizado o conjunto da literatura médica mundial sobre o assunto, chegou a conclusões bem diferentes: a redução do risco de fracturas em termos absolutos será de apenas 1 a 2%.
Mais grave ainda, é que um medicamento que foi comercializado para prevenir as fracturas, aumenta o número de fracturas atípicas.
Estas são fracturas que surgem com "baixa energia", isto é, sem um factor traumático directo, por exemplo na diáfise do fémur. Pensa-se que a suspensão da reabsorção ossea promovida pelos bifosfonatos, e a consequente suspensão da remodelação do osso, conduza à diminuição das reparações naturais das microfissuras e os microtraumatismos. Esta mudança conduz a alterações das propriedades biomecânicas do tecido ósseo e à sua fractura mesmo quando submetido a fracas pressões.
Estas fracturas atípicas já foram constatadas em vários estudos publicados em revistas como: Journal of Orthopedic Trauma, Journal of Bone and Joint Surgery ou Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism. São fracturas de um tipo particular, apenas estão presentes em menos de 2% da população em geral, e que poratanto não toma Fosamax, são transversais e localizam-se numa zona hipertrófica do cortex diafisário do osso. Estas não são exclusivas da medicação com Fosamax, encontram-se em todos os doentes tratados com bifosfonatos.
Resumindo, os bifosfonatos deveriam ser reservados apenas para tratar doente com tumores osteolíticos, doença de Paget, necrose óssea asseptica e osteoporose avançada.
Não havendo factores de risco evidentes, uma densitometria óssea não se justifica. Ainda menos se justifica a medicação sistemática com bifosfonatos assim que surgem valores abaixo dos valores de referência, sabendo que esses valores tidos como normais nas densitometrias ósseas referem-se a adultos jovens e não têm em conta a diminuição natural da massa ossea com o envelhecimento.
http://pharmacritique.20minutes-blogs.fr/archive/2009/08/14/le-fosamax-de-merck-devant-la-justice-americaine-pour-pres-d.html#more
http://pharmacritique.20minutes-blogs.fr/traitements_de_l_osteoporose/
http://pharmacritique.20minutes-blogs.fr/archive/2008/09/05/fractures-atypiques-du-femur-spontanees-ou-a-basse-energie-–.html#more
http://journals.lww.com/jorthotrauma/pages/articleviewer.aspx?year=2008&issue=05000&article=00011&type=abstract
http://content.nejm.org/cgi/content/full/359/3/316
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