Iémen: a guerra esquecida
Conspiração

Iémen: a guerra esquecida


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O Iémen é o país mais pobre do Médio Oriente, sujeito a uma guerra não mediática. Não constas das informações ocidentais, no entanto tem uma posição estratégica fundamental que explica o conflito, tanto do ponto de vista geo-estratégico como religioso.





Confusão ocidental entre sunitas e xiitas. 


Para quem não tem qualquer noção da religião muçulmana, a diferença entre os sunitas e xiitas é semelhante à diferença, na religião cristã entre os católicos e os protestantes. Ambos acreditam na mesma coisa, mas existem diferenças na sua essência, neste caso diferenças na sua origem.


Com a morte do profeta Maomé, colocou-se o problema da sua sucessão. Os Xiitas designaram como seu sucessor espiritual o seu genro, os Sunitas designam Abou Bakr, um companheiro de Maomé, como seu sucessor.


Os Sunitas consideram o Corão como obra divina e imutável, os xiitas consideram o descendente, legítimo, de Maomé como um guia espiritual em que o Corão tem de ser adaptado à época moderna com alguma independência do poder religioso e do poder político.


Surpreendido? Então não são os xiitas iranianos os maus da fita?
A visão que os media ocidentais nos passam do Irão, maioritariamente Xiita, é que é um islamismo mais rígido, tido como o mais ortodoxo. Na realidade são os países Sunitas os mais ortodoxos.


O problema é que além do Corão, os muçulmanos têm os Hadith que foram escritos após a morte do profeta e que contém histórias e lendas da vida de Maomé, mas que também fazem ofício de lei aceite sem crítica pelos Sunitas.


Ora esses Hadith foram escritos ao sabor do poder político instituído pela linhagem dos Sunitas. Os Xiitas colocam em questão tais imposições.











A confusão do Iémen.

No caso do Iémen, após o prospero reino dos Sabeus, depois do domínio judeu e do cristianismo, este tornou-se islâmico no século VII. O país foi divido em dois, com a Republica Árabe do Iémem a norte em 1962 e o Iémem do Sul sob protetorado britânico a sul. A união entre os dois países só se fez em 1990.


O Iémen, maioritariamente xiita está envolto numa grande confusão. Apesar de partilharem o facto de que a família de Ali (quarto califa e primo do profeta Maomé) deveria a justa sucessão, como qualquer xiita,  consideram que Zaid Ibn Ali, o quinto muçulmano nos xiitas, é o eleito. Estes Zaiditas viram o seu poder definhar ao longo do tempo e querem-no reconquistar.









O Iémen fundamental na região.

A poderosa Arábia Saudita por questões de geo-política regional não quer que esse pequeno país, com pretensões diferentes da sua religião em vigor, tenha um qualquer papel determinante na região. O problema é que o Iémen é apoiado pelo Irão (xiita).


O Iémen controla o estreito de Bab-Al-Mandeb na sua passagem petrolífera em direcção ao canal de Suez, ou seja 40% das exportações petrolíferas dos países do Golfo.


Este país pobre, com um poder estatal débil, tem então uma posição estratégica fundamental nessa região. A Arábia Saudita tem medo de enviar tropas para o Iémem e deparar-se com uma espécie de novo Afeganistão, o que seria uma guerra inglória, dado que o Iémen é apoiado pelo o Irão xiita.


As questões religiosas são apenas um pretexto para dividir uma luta pelo poder e a Arábia Saudita, apoiada pelos Estados Unidos, tem todo o interesse em manter essa guerra interna no Iémen.


O Iémem continua a ser o país mais pobre do Médio Oriente apesar de 95% das suas exportações serem provenientes do petróleo.








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