Intervenção da NATO na Líbia: um operação preparada de longa data
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Intervenção da NATO na Líbia: um operação preparada de longa data


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15 fevereiro 2011: revolta violenta em Bengasi que depois alastra a outras cidades líbias.

21 fevereiro 2011: o ministro da justiça líbio, Mustafa Abdel Jalil demite-se.

27 fevereiro 2011: Abdel Jalil instala o Conselho Nacional de Transição (CNT) e declara-se o único representante da Líbia.

10 março 2011: a França reconhece o CNT como governo legítimo da Líbia.

10 março 2011: nesse mesmo dia o Reino Unido oferece, em território britânico, um escritório diplomático ao CNT.

12 março 2011: o CNT cria um novo banco, o Banco Central da Líbia e uma companhia nacional petrolífera líbia.

17 março 2011: início da intervenção da NATO na Líbia.



Toda esta operação da NATO estava preparada de longa data. O grande objectivo dos Estados Unidos, do Reino Unido e da França foi sempre apoderar-se do petróleo líbio e isso passava pela eliminação de Kadhafi, mas obviamente não iriam instalar uma pessoa qualquer no poder. E essa pessoa é Mustafa Abdel Jalil.




Quem é, na realidade, Abdel Jalil?



Mustafa Abdel Jalil era o equivalente ao ministro da Justiça do governo líbio desde 2007. 


Desde essa altura, que uma das suas principais "tarefas" tem sido a libertação de centenas de combatente anti-Kadhafi. Em 2010 até tinha ameaçado demitir-se, se o seu programa de libertação dos prisioneiros opositores ao regime não fosse acelerado. 


Este antigos prisioneiros iriam constituir mais tarde, a principal força bem treinada da rebelião das quais faz parte o famoso Grupo Islâmico Combatente da Líbia (GICL).
Após a libertação dos últimos membros do GICL, Abdel Jalil demite-se, e uma semana depois cria o Conselho Nacional de Transição.


Durante anos a fio, Abdel Jalil mantinha negociações secretas com os Estados Unidos com vista à futura privatização da economia líbia pós-Kadhafi. Este facto explica a rapidez com foi feita a transferência das riquezas líbias, com a criação do Banco Central da Líbia e a a companhia nacional petrolífera líbia, 15 dias apenas após a criação do CNT.


Também talvez explique porque é que Abdel Jalil recusou pouco depois a mediação do conflito pela União Africana, preferindo a intervenção dos seus amigos da NATO.



Rebeldes líbios pró-americanos


Esta estranha rebelião foi dirigida e fomentada por um grupo de quatro conhecidos opositores com ligações aos Estados Unidos e colaboração com a CIA  e MI6 que viviam nos Estados Unidos e em Inglaterra à mais de 35 anos, três têm passaporte americano e um inglês. O outro grupo influente de rebeldes é composto pelos "dissidentes" de última hora, dos quais fazem parte Abdel Jalil, antigo ministro da Justiça e um oficial de alta patente implicado entre outras coisas na desestabilização do Chade.





Serviços secretos MI6 e queda do regime líbio.


O plano de ocupação da Líbia pela NATO foi construído com a colaboração dos serviços secretos da CIA e do MI6. Documento confidenciais recuperados após a queda de Tripoli revelam agora o papel importante de Mark Allen, antigo sub-director da luta antiterrorismo do MI6 britânico. 


Logo após a invasão do Iraque em 2003, tinha-se tornado claro que a Líbia seria o próximo alvo da NATO. Mark Allen servia então de intermediário entre a Líbia, os Estados Unidos e o Reino Unido para "facilitar" as relações e litígios entre esses países.


Na Líbia, o seu interlocutor principal era o chefe dos serviços secretos Mussa Kussa. Este, abandonou o seu país em plena guerra para se juntar ao seu amigo Mark Allen em Londres.


Durante a invasão da Líbia pela NATO, Mark Allen já se tinha reformado do MI6, mas vamos encontrá-lo como conselheiro político da petrolífera BP e consultor do Monitor Group que fazia lobbying junto do filho de Kadhafi, Saif El Islman Kadhafi, que terá sido ingenuamente utilizado.


Mark Allen está ainda acusado de ter utilizado no passado as prisões líbias para que agentes do MI6 aí  torturassem prisioneiros acusados de terrorismo, fugido assim às leis britânicas. Este facto foi relatado pela ONG Humain Rights Watch após visitarem os locais dos serviços secretos de Kadhafi.


O chefe rebelde Abdelhakim Belhadj afirma, por seu lado, que no tempo em que esteve preso nas prisões de Kadhafi, terá sido interrogado pelos serviços secretos franceses. Human Rights Watch pede que um inquérito internacional seja levado a cabo para esclarecer estes factos.


Abdelati Obeidi, antigo ministro dos negócios estrangeiros líbio, afirma que até há poucos meses, os agentes dos serviços secretos britânicos do MI6 ainda continuavam a colaborar com algumas pessoas do antigo regime de Tripoli e estavam operacionais quando se iniciou a revolta líbia.





http://www.mondialisation.ca/PrintArticle.php?articleId=26412
  
http://www.france-info.com/monde-afrique-2011-09-09-libye-les-services-secrets-francais-ont-ils-collabore-avec-le-regime-560712-14-18.html

http://www.voltairenet.org/Des-documents-attestent-du-role-de


http://www.bbc.co.uk/afrique/region/2011/09/110906_libya-mi6.shtml



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