Serviço público: como individuar um terrorista em 6 passos
Conspiração

Serviço público: como individuar um terrorista em 6 passos


E que tal duas palavrinhas acerca dos atentados de Bruxelas? E não só.

Em primeiro lugar registamos a opinião do chefe do serviço secreto ucraniano, segundo o qual "a Rússia está por trás do ataque de Bruxelas". Sim, sem dúvida. Até eu desconfio que tenha sido o mesmo Putin a acompanhar os terroristas até o aeroporto, despendido-se deles com uma bomba e uma matrioshka para cada um.
Em frente.

Já sabemos que o vídeo publicado pela CNN, e relançado pelos meios de comunicação de todo o mundo, era falso. Ou melhor: era sim um atentado, mas filmado pelas câmaras de segurança russas em 2011 no aeroporto de Domodedovo, em Moscovo (onde mora Putin, eu bem disse que aquele homem é suspeito...). Um pequeno "erro" da CNN, onde ao que parece os jornalistas não têm ideia do que se passa no mundo até que alguém os avise via Facebook ou Twitter ("Pessoal, o vídeo é falso!" "Nãoooo!" "Juro!"). Não faz mal: as imagens foram vistas e no imaginário colectivo agora estão ligadas ao atentado de Bruxelas. Óptimo trabalho.

Mas tudo isso é nada, pois no Admirável Mundo Novo & Surreal acontecem coisas ainda mais maravilhosas. Num lugar normal, nove em cada dez pessoas sacam os telemóveis para filmar a mais ínfima das estupidezes e depois atiram tudo para as redes sociais. No Admirável Mundo Novo & Surreal nada disso: os jovens esquecem completamente telemóveis e companhia, os aplicativos dos seus smartphones evitam cuidadosamente as redes sociais com imagens enviadas em tempo real. Assim, temos um, máximo dois vídeos do aeroporto de Bruxelas. E já com sorte, pois em Paris nada disso (só o "antes" no interior do Bataclan e o "depois" rigorosamente fora dele).

Um vírus? Provável: o mesmo que atingiu as câmaras de segurança do aeroporto em Bruxelas. Mas não todas: uma câmara ainda funcionou e foi mesmo aquela que forneceu dois fotogramas que individuam os terroristas. Wow, esta sim que é sorte!

Como individuar um terrorista

Mas este não seria um blog sério se não tentasse ajudar as autoridades na obra da prevenção. A nossa equipa de analistas, todos cuidadosamente escolhidos após dura selecção, reuniu-se em volta duma cerveja, alguns tremoços, e elaborou um guia com preciosas dicas que podem acabar duma vez por todas com a praga do terrorismo no Ocidente. São 6 passos simples, ao alcance de qualquer serviço secreto. Até daquele belga.

Não acreditam? Então sigam, pois individuar terroristas não é tão difícil como parece.

1. Irmãos

Bruxelas: Ibrahim and Khalid el-Bakraoui
Ponto de partida para a prevenção é procurar uma dupla de irmãos. Aliás, aqui vai uma dica para as forças de segurança: logo que individuarem dois irmãos muçulmanos, prendam-os. Nada de perguntas, é só prende-los: é quase certo que estejam a preparar algo.

A razão? Aqui está:
Ter um irmão disposto ao suicídio em nome de Allah (sem esquecer as 72 virgens!) é uma condição essencial para tornar-se terrorista. Pelo menos quando o Mal planeia um atentado no Ocidente. Na Rússia não funciona assim: da única vez que Moscovo tentou acusar dois irmãos, estes tiveram que ligar à imprensa para saber onde tinham morrido. Porque temos que admitir: saber onde morremos sempre desperta uma certa curiosidade.

2. Passaportes

Dúvida: mas prender duas pessoas só por serem irmãos não é uma forma de prevenção um pouco excessiva? Nada disso: o histórico dos atentados demonstra que o facto de ser irmãos é deveras suspeito.

Mas perante eventuais dúvidas é sempre possível um controle mais pormenorizado: as autoridades podem pedir para visionar os documentos de identidade. Os irmãos têm passaporte? Então sim, é prende-los já e sem hesitação. Porque, como sabemos, os terroristas não podem viver sem passaporte. Um terrorista longe do seu passaporte fica mais alegre, perde a vontade de morrer, até pode tornar-se um pacifista. Numa palavra: um falhado. Isso não deve surpreender, pois os passaportes muçulmanos têm poderes sobrenaturais.

9/11, Charlie Hebdo, Paris
Podemos atirar um avião contra um arranha-céu, provocar a queda do prédio todo com temperaturas de centenas ou milhares de graus, mas o passaporte muçulmano estará lá, integro, como no dia da emissão. Podemos pegar num outro avião, lança-lo contra o terreno com uma violência tal que o mesmo avião cava uma buraco onde tudo, mas mesmo tudo, fica atomizado. Mas o passaporte muçulmano ainda estará lá, novinho em folha. É por isso que os terroristas nunca partem para um atentado sem o fiel passaporte, ao qual estão ligados por profundos laços de afecto. 

3. Exercitações militares

Os terroristas não planeiam atentados de forma aleatória mas segundo um esquema bem preciso. Para eles é indispensável que antes do acto criminoso tenha havido uma exercitação militar. Por qual razão? Porque assim reza o Alcorão (Sura 115, "Os Atentados"): "Em nome de Deus, o Clemente, o Misericordioso. Faz explodir os infiéis, todos, mas só logo após uma exercitação militar. E não esquecer o passaporte".

Então faz sentido que também em Bruxelas tivesse havido um exercício das forças policiais três semanas antes do atentado. Em Bruxelas mas onde? Não num lugar qualquer, mas bem perto da estação do metro de Maelbeek.

Podemos também acrescentar:
Haveria também a exercitação da Nato no dia 10 de Março de 2004 para a gestão das crises, concluída poucas horas antes das explosões que fizeram 191 mortos em Madrid. Como explica o diário El Mundo: "A semelhança do cenário elaborado pela Nato com os factos de Madrid é arrepiante, e impressionou os órgãos diplomáticos, militares e da inteligência que participaram no exercício algumas horas antes". Infelizmente, os pormenores da exercitação CMX 2004 ainda estão classificados, pelo que não sabemos com certeza onde esta teve lugar.

4. Sobreviventes

Mason, um milagre
A vida é estranha. Tão estranha que pode facilitar o trabalho dos investigadores.

Pegamos nos que sobrevivem após um atentado terrorista. Internados, tratados, depois voltam para a vida deles. Mas a experiência criou um trauma, uma inconsciente ligação (parapsicológica?) com as bombas que os obriga a estar presentes em ocasião de novos atentados. Absurdo? Então sigam o resto.

Tomamos Lahouani Ziahi, cidadão francês que no dia 13 de Novembro de 2015 estava alegremente a gozar o serão no Bataclan de Paris. Sabemos o que aconteceu a seguir. Adivinhem agora onde se encontrava Lahouani no mesmo dia em que explodiram as bombas em Bruxelas? Adivinhado? Exacto: no aeroporto da capital belga! Surpreendidos? Não, isso é nada.

Vejam o caso de Mason Wells, de 19 anos. No dia 15 de Abril de 2013 encontrava-se em Boston, para assistir à maratona, não longe donde a bomba explodiu. Em 13 de Novembro de 2015 Mason estava no Bataclan onde, obviamente, ficou ferido. Uma vez tratado deve ter pensado "Olhem, agora para relaxar nada melhor de que uma viagenzita em Bruxelas". Melhor ainda se agendada para o dia do atentado, claro. E assim foi (e ficou ferido). Ou estamos perante um imenso disparate ou o simpático Mason precisa com urgência dum pacote completo, tipo Fátima-Lourdes-Mejugore, possivelmente só ida. Ou ainda, como afirmado, há a tal ligação que a Ciência não pode explicar mas que pode bem ser explorada pelas forças da luta anti-terrorismo.

A propósito: o Mason Wells do qual se fala aqui é aquele que tem a página Facebook actualizada uma vez por ano, o mesmo que até ontem apresentava no perfil 666 (!!!) amigos, como vi pessoalmente, antes dele perder os amigos todos em 24 horas...; não é o Mason Wells que tem a mesma fotografia mas é apresentado como "jornalista".

Matthew (Esq.), outro milagre
Porque depois esta ligação resiste ao passar do tempo. Ao pé da Torre Sul, no dia 9 de Setembro de 2001, encontrava-se Matthew, agora com 36 anos, um fulano que ainda se lembra de quando o primeiro avião atingiu o edifício. O mesmo indivíduo estava entre os feridos do Bataclan. O mundo é um lugar pequeno, não é? E se o Leitor tiver um pouco de tempo, aconselho espreitar as listas dalguns tiroteios nos Estados Unidos (Sandy Hook, San Bernardino... material não falta): veja os nomes dos feridos e divirta-se.

Este fenómeno crescente das vítimas que saltitam mais ou menos incólume dum desastre para outro bem pode ser explorado pelos investigadores na obra da prevenção, porque afinal o Mundo é um lugar pequeno. Por exemplo: agora é só seguir os movimentos do jovem Mason, perguntar-lhe onde é que tenciona passar as próximas férias, cercar a localidade e prender todos os irmãos árabes que aí se encontram. Porque afinal o nosso é País das Maravilhas de Alice, onde tudo pode acontecer.

5. Locais

Se a ideia for capturar um terrorista muçulmano, pode ser uma boa ideia espreitar o bairro onde vivem os muçulmanos.

Molenbeek
Pegamos como exemplo um local conhecido como Molenbeek. Um bairro já ligado ao atentado contra o Museu Hebraico de Bruxelas, à célula jihadista de Verviers, ao fracassado atentado contra um comboio francês, onde morava um dos terroristas ligados aos atentados de Madrid, um lugar que, como explica Le Monde, tem uma série de ligações "impressionantes" com o terrorismo. Talvez um bairro assim seja um bom lugar onde procurar. Não acaso, Salah Abdeslam foi preso aí. Mas só depois.

Espreitar num local assim antes pode evitar isso: que depois seja um taxista a fazer estas revelações. E paciência se o taxista afirma ter transportado dois dos três terroristas quando sabemos que este utilizaram também um Renault Clio e uma Audi S4 preta para chegar ao aeroporto: paciência se o taxi encontra trânsito, chega atrasado e arrisca tornar vãos todos os preparativos; paciência se o taxista afirma que duas malas (com 150 litros de solvente, pregos e 15 kg. de explosivo) não entram no carro, pelo que é necessário discutir com os terroristas ("Precisamos delas, em nome de Allah!" "Quero lá saber, é Allah depois que paga a multa?") que afinal deixam as malas em casa. Estes não passam de pormenores, esta é gente rija e decidida que tem de ser travada, o que conta é que no local (no caixote do lixo) será sempre encontrado um papel que anuncia os atentados.

6. Documentos: actualizar s.f.f!

Última dica. Qualquer investigador sério mantém os seus documentos actualizados. Esta é uma tarefa demasiadas vezes esquecida, mas é algo básico que merece particular atenção.

Por exemplo: mais de 80% das vítimas do 9/11 ainda não foram registadas como falecidas no US Social Security Death Index. Até parece que nunca existiram. Pode parecer um pormenor, mas depois eis aqueles fulanos da internet com as suas teorias conspiratórias. E isso não pode ser permitido: porque no Admirável Mundo Novo & Surreal não há espaço para dúvidas.


Ipse dixit.

Fontes: Corriere della Sera, Daily Mail, RT, Life Russia, Youtube, Le Monde, Il Fatto Quotidiano, New York Times, Next,



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