2015: as previsões de Gerald Celente
Conspiração

2015: as previsões de Gerald Celente


Previsões! Previsões!

O ano de 2015 se aproxima (ou "aproxima-se"...ainda não entendi esta coisa) e eis que chegam as previsões.

Aqui vão as previsões de Gerald Celente que, lembramos, não é um astrólogo ou algo do género: é um "futurólogo", alguém que analisa a sociedade para individuar as tendências do futuro.

Como? Lendo as estrelas? Entrando em trance? Nada disso: utilizando, por exemplo, as análises de pessoas como o economista Paul Craig Roberts, o jornalista económico Nomi Prins, o escritor Bennett Davis e outros especialistas ainda.

Então vamos ver as nove tendências individuadas pelo simpático Gerald em ocasião de 2015, tais como foram apresentadas no Academy Building em Kingston, pertinho de New York.

Diz Celente:
Quando estávamos a desenvolver as nossas previsões para 2015, quase chegámos a acreditar que muitas destas tendências iriam atacar de forma rápida e dura ao longo do novo ano. Queríamos dar um primeiro olhar para os enormes riscos e as oportunidades significativas que se apresentarão. Este ano, a nossa previsão, graças ao maior número de analistas que trabalharam, incluem temas e tendências que não vão ler em nenhum outro lugar.
Wow! Isso sim que é falar. Vamos, vamos ler já.
Os mecanismos duma economia saudável serão subvertidos para favorecer os ricos e os poderosos.
...bom, sejamos honestos: o simpático Gerald começa com o pé esquerdo. Esta já tem sido a tendência dos últimos 2000 anos no mínimo. É um pouco como dizer "irá chover", claro que acertas... Depois seria interessante saber qual é esta "economia saudável" da qual se fala. Mas tudo bem, vamos em frente, afinal esta foi a primeira previsão, algo tipo "introdução".
O Capitalismo, à beira do "banquismo", está rapidamente a tornar-se o sistema económico dominante globalmente. O termo utilizado por Celente, "Bankism", é um neologismo introduzido para definir aqueles bancos que detêm depósitos ou dinheiro "escondido". São bancos sediados em paraísos fiscais, por exemplo.
...ehm, que dizer...também esta não é que seja propriamente uma novidade absoluta, aliás, é uma realidade já amplamente consolidada...mas enfim, é só a segunda previsão, a terceira é que será estrondosa, confiem.
O excesso de produção e a falta de procura irão resultar numa nova era para o comércio (retail marketing).
...pois...é que excesso de produção e falta de procura determinam uma era conhecida como "crise económica", que já começou há alguns anitos... E a guerra dos preços não tem apenas a crise económica como origem: as causas são muitas. Por exemplo, temos os Países asiáticos que exploram uma mão de obra particularmente barata para melhor concorrer nos mercados mundiais, temos as commodities tornadas simples instrumento para o enriquecimento bolsístico, temos a queda do preço do petróleo...mas pronto, vamos em frente, vamos...
À medida que a dependência dos combustíveis fósseis vai diminuir, explode a nova era da energia. A redução da demanda mundial e a disponibilidade de fontes alternativas de energia irá avançar com um ritmo histórico.
Ora bem, eis uma previsão quase acertada. "Quase" porque Gerald deve ter escrito isso poucos minutos antes da Arábia ter começado a cortar em 40% o preço do petróleo, o que torna as energias alternativas muito menos competitivas. Isso foi azar.

Mas atenção: o preço baixo do crude não pode durar muito tempo, pelo que é normal assistir a um renovado interesse nas alternativas. O problema é sempre o mesmo: o preço, que continua alto e condiciona a rentabilidade das novas energias. No entanto, é bom não esquecer que em 2015 aparece a primeira automóvel movida com hidrogénio.
As notícias de natureza local já não podem ser transmitidas da mesma forma, enquanto os maiores meios de comunicação irão consolidar-se e, ao mesmo tempo, reduzirão o seu tamanho. Serão necessários novos formatos para preencher as lacunas de cobertura dos media locais.
Interessante este ponto. Estamos no principio duma fase de transformação no final da qual a maioria (ou a totalidade até) dos diários serão publicados na internet em versão paga. Mais: a concentração dos órgão de informação em poucas mãos arrisca limitar a difusão das notícias locais? Acho que não. Pelo contrário, as notícias locais podem muito bem ser utilizadas como "chamariz" para atrair o cliente. A digitalização do formato pode deixar vazios espaços para novas empresas? Difícil que as empresas já existentes abandones por completo o mercado "analógico", pelo que a centralização da informação parece mais um processo destinado a continuar. 
A idade está a aumentar em todo o mundo. Para as empresas estão criadas ricas potencialidades, que actualmente não são exploradas. Esse potencial vai concentrar-se na qualidade, na criatividade e nos valores da velha escola.
Não me parece. O "envelhecimento inteligente" é coisa para quem tiver dinheiro. As pessoas "normais" continuarão a ter o problema de como chegar até o final do mês com reformas inadequadas. Haverá oportunidades para quem será capaz de individuar ofertas inteligentes mas muito baratas, nas quais a voluntariado representará uma componente da mesma oferta. Mas serão oportunidades com poucas ocasiões de tornar-se um fenómeno de massa até quando a sociedade não mudar a sua orientação geral.
Certo ou errado, o regresso ao individualismo e aos elevados padrões de qualidade e de artesanato típico das épocas passadas, criará oportunidades significativas para os empresários alcançar os Millennials.
Como reza a fiel Wikipedia, os Millennials ou Geração Y são as pessoas nascidas entre os anos oitenta e início dos anos de dois mil no mundo ocidental; esta geração é caracterizada por uma maior utilização e melhor familiaridade das comunicações, dos media e das tecnologias digitais. Em muitas partes do mundo, este grupo tem sido marcado por uma abordagem educacional e tecnológica neo-liberal, derivada das profundas transformações dos anos sessenta.

Portanto, segundo Celente o mercado será cada vez mais apontado para esta faixa etária. O que é bastante normal. O que é mais difícil ver é o tal regresso "aos elevados padrões de qualidade e de artesanato". Pelo contrário, a globalização parece interessada a uniformizar quanto mais possível os níveis de produção através duma oferta falsamente personalizada (que permanece fortemente estandardizada).
O monopólio é a nova normalidade. O último tratado comercial, o Trans-Pacific Partnership (TTP), garante uma base formada pela redução da qualidade, da possibilidade de escolha e da moralidade.
Sem dúvida.
Está pronto o povo para lutar pela pazChegou a hora, finalmente, para virar a maré das guerras sem fim e trazer uma maior prosperidade no mundo. Mas alguém está a ouvir?
Sim, sim...e olha no céu Pai Natal com as renas...


Ipse dixit.

Fonte: Rense



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