Pré-diabetes, pré-hipertensão, pré-osteoporose, pré....
Conspiração

Pré-diabetes, pré-hipertensão, pré-osteoporose, pré....





Para ganhar novos mercados, os laboratórios farmacêuticos inventaram recentemente os pré-doentes. Um pré-doente é uma pessoa de boa saúde mas que estará em risco de se tornar doente.


A solução para não ficar doente é, claro tomar medicamentos. Se é verdade que existem certos factores de risco evidentes, muitos são mais que duvidosos.







Os inventores de doenças.

A estratégia é sempre a mesma, a indústria farmacêutica patrocina estudos clínicos, paga a um grupo de especialistas para desenvolver o conceito de que baixando um determinado valor clínico uma pessoa está em risco de desenvolver uma determinada doença, para a qual um medicamento dessa mesma firma deve ser administrado. Essa informação é amplamente divulgada nos meios de comunicação social e juntos dos médicos que são levados a acreditar nas suas conclusões. É o chamado comércio do medo.


Essa pessoa em perfeita saúde torna-se, através dos valores de diagnóstico fora da média estabelecida, num doente ou pelo menos num doente potêncial, um "pré" qualquer coisa. Foi assim que os valores normais do colesterol se tornaram cada vez mais baixo, nem sempre baseados em estudos conclusivos.



Esta moda do "pré" fez com que fosse definido, em 2003, nos Estados Unidos, que uma pessoa que tenha uma pressão arterial entre 120 e 139 mmHg para a sistólica e entre 80 e 89 mmHg para a distólica, era uma pré-hipertensa, necessitando de uma medicação preventiva. Da mesma forma uma pessoa que tem uma glicémia em jejum entre 100 e 125 mg/dl, é um pré-diabético. Mais recentemente a necessidade da alargar o mercado da medicação para a osteoporose, fez com que valor entre -1 e -2,5 em relação ao desvio standard, uma pessoa, habitualmente mulher, seja considerada de pré-osteoporose ou osteopénia.




O medo das fracturas osseas...



No caso da osteoporose, a densidade ossea é medida através duma densitometria, esta tem os seus valores definidos como normais em referência a uma população jovem adulta. Ora, como é sabido, esse valor decresce naturalmente com a idade, por conseguinte, é normal encontrar valores inferiores em pessoas de idade, sem que isso signifique risco ou doença.


A necessidade de promover a substituição hormonal na mulher após a menopausa, teve nos anos 1990 uma nova indicação, a osteoporose. Foi então publicitada a ideia que todas as mulheres que não tomassem estrogénios estavam condenadas a um futuro sombrio com fracturas por vezes mortais.


O problema é que depressa se constatou o aparecimento de doenças graves provocadas pelo uso massivo de estrogénios, em particular um aumento de 10% da frequência do cancro da mama por cada ano de tratamento. Esta desilusão depressa foi substituida pelos medicamento que intervinham na remodolação ossea, como os bifosfonatos, por exemplo o "Fosamax", não isento de efeitos secundário por vezes graves.


Sem querer entrar muito em detalhe, as células osseas são formadas por osteoclastos que destroem os ossos e osteoblastos que reconstroem os ossos. Deste permanente equilíbrio resulta um osso com massa suficiente mas também com uma estructura arquitectónica sólida.Apesar desta remodelação decrescer com a idade, esta vai muito para além dos 50 anos de idade.


Mas o principal problema é que, se é verdade que conseguimos hoje em dia medir a densidade ossea, não medimos a sua adequada estructura arquitectónica. Ora o que fazem os bifosfonatos, juntamente com a ingestão de cálcio, é promover o aumento da massa ossea independentemente da sua estructura.




A obcessão do consumo de cálcio.


A ingestão suplementar de cálcio, tão na moda (com leite e vário alimentos enriquecidos com esse elemento químico), serve apenas para produzir enormes benefícios às empresas que os promovem.


Sabe-se actualmente, que o aumento da ingestão de cálcio não reduz o risco de fracturas, trata-se apenas de um mito bem implantado. Dados recentes até sugerem que o aumento da sua ingestão promove um risco maior de sofrer uma fractura.


Os países em via de desenvolvimento, onde a ingestão de derivados de leite é menor, têm uma menor incidência de fracturas osseas. As mulheres asiática têm uma densidade ossea inferior às europeias, e no entanto têm uma taxa de fracturas muito mais baixa.


Seja como for, a ingestão de cálcio tornou-se, graças às multinacionais que o produzem, uma obcessão nos países occidentais. Muitas donas de casa quando vão ao supermercado preferem comprar leite enriquecido em cálcio em vez do leite normal que já de si é naturalmente rico em cálcio. Um leite enriquecido contém 35% mais cálcio do que um normal, mas um litro de leite noraml já contém, por si só, 1000 mg de cálcio. O valore diário recomendado é de cerca de 1000 mg diários, Mas não é necessário beber um litro de leite por dia, a fruta e os legumes são ricos nesse elemento, e a alimentação occidental é suficiente para ter valores de ingestão normais.




Podemos assim constatar que actualmente é relativamente fácil fabricar uma doença baixando os níveis considerados normais. Não está aqui em causa o interesse de prevenir os factores de risco de uma determinada patologia, trata-se sim de ponderar o benifício-risco da tomada sistemática de medicamentos para hipotéticamente prevenir esta ou aquela doença.




O exercício físico 2 ou 3 vezes por semana aumenta a massa ossea anualmente em cerca de 5%, e não estamos a falar de ir obrigatóriamente para o ginásio com 60 ou 70 anos de idade, estamos a falar sim, de caminhar uma ou duas horas por semana, e porque não usar em casa uns pesos durante uma ginástica moderada. Tem várias vantágens: liberta o espirito, melhora a auto-estima, melhora as artroses e sobretudo diminui as fracturas, fabricando um osso "verdadeiro", estructuralmente sólidos e sem os efeitos secundários dos medicamentos.


http://pharmacritique.20minutes-blogs.fr/archive/2008/09/04/l-osteopenie-erigee-en-preosteoporose-faconner-une-maladie-p.html

http://www.minerva-ebm.be/fr/article.asp?id=1526





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